Imagem: Blog Meio Ambiente |
A versão preliminar de um relatório do Comitê Científico da Agência Ambiental Europeia acusa a União Europeia de exagerar as reduções de gases causadores do efeito estufa que serão possibilitadas pela adoção de biocombustíveis, informa o jornal The New York Times.
A opinião, que está sendo elaborada por 19 pesquisadores, diz que a redução de emissões projetada pela UE sofre de um “sério erro de contabilidade”.
O comitê diz que o potencial de redução dos gases do efeito estufa das culturas de biocombustível deve levar em conta somente quanto carbono essas plantações absorvem para além do que já seria absorvido naturalmente pela massa vegetal original da área cultivada – como florestas e plantações de alimento, por exemplo.
O texto preliminar, a que o NY Times teve acesso, diz que, em vez disso, a UE executa uma “dupla contagem” da queda de emissões.
“As consequências desse erro de contabilidade da bioenergia são imensos, já que ele pressupõe que toda a queima de biomassa não acrescenta carbono ao ar”, escreveu o comitê, de acordo com o diário americano. Os especialistas exortam as autoridades europeias a rever as leis a respeito do tema.
Essa versão do texto ainda pode mudar, antes que o relatório oficial seja divulgado, o que deve acontecer nas próximas semanas. Mas, mesmo assim, as autoridades podem ser ver pressionadas a agir.
Algumas culturas antes autorizadas como fonte de bioenergia, dentro da meta europeia de gerar 10% de seu combustível de transporte por meios renováveis até 2020, poderão perder esse status.
“As consequências desse erro de contabilidade da bioenergia são imensos, já que ele pressupõe que toda a queima de biomassa não acrescenta carbono ao ar” O NY Times comenta que a opinião do comitê surge num momento delicado para a Comissão Europeia, o órgão executivo da UE, que está às voltas com a questão da mudança de uso de solo – a destruição de florestas ou savanas para a plantação de culturas de biocombustível.
O comitê também identifica locais ideais para a plantação de culturas de biocombustível, como áreas de savana ou cerrado que sofrem frequentemente com incêndios. Nessas regiões, sugere o texto, a substituição da cobertura vegetal original por plantações de biocombustível pode fazer sentido, em termos de sequestro de carbono.
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