O Paraguai foi o destino do sétimo dia da Expedição Geotrilhas/RN na Tríplice Fronteira. Logo na manhã do dia 11 de novembro, os participantes da expedição foram conduzidos para Ciudad del Este para conferir como é o comércio deste principal ponto de escoamento de mercadorias para o Brasil. A primeira dificuldade foi atravessar a Ponte da Amizade devido ao grande fluxo de veículos que por ali passava. Eram centenas de carros vindos de várias cidades do Paraná, além de ônibus de turismo trazendo consigo tanto turistas como sacoleiros. Ao finalmente atravessarmos a ponte, foi possível avistar o imenso e movimentado comércio paraguaio.
Desembarcamos no Shopping Del Este para um primeiro contato com os lojistas. A prática comercial dentro do shopping nos pareceu bastante interessante, na medida em que os lojistas trabalham com um cambio paralelo ao praticado nas casas do ramo. Ao procuramos pesquisar sobre os preços dentro do shopping, foi possível notarmos que os atendentes de lojas faziam o possível para fecharmos negócio, tendo uma redução considerável de preços em torno de 40% do primeiro valor estabelecido. Diante deste comportamento, percebemos que eles tinham grande interesse de não se ausentarmos do shopping, para pesquisar no comércio externo ao estabelecimento. Isso nos chamou a atenção, tanto que dividimos o grupo e fomos conferir o restante do comercio paraguaio.
Ao sairmos do shopping, logo éramos abordados por vários vendedores que nos ofereciam todas as formas de produtos. O que mais me chamou a atenção deste assédio em cima dos brasileiros, foi a insistência de uma parte destes vendedores, que chegavam perguntando o que procuravam, e no final das contas, ofereciam para vendar comprimidos para disfunção erétil, drogas e até armas dos mais variados calibres. Mostrando a força do contrabando de fronteira. Procuramos despistá-los e embreamos dentro das imensas galerias comerciais de Ciudad del Este, praticam o comércio trabalhando com três moedas distintas: O Guarani (local), o Dólar e o Real. Este último muito aceito nas casas comerciais onde vendem vários produtos, como brinquedos, roupas, eletrônicos, ferramentas etc, que em quase toda a sua totalidade, são provenientes de pura pirataria. Segundo o nosso guia, o índice de pessoas lesadas com produtos de baixa qualidade no Paraguai, atinge quase que 90%. Comprar nas galerias paraguaias depende muito de sorte, afirmou o nosso guia Edio Schroeder.
Mas Ciudad del Este não só possui estas caracteristicas do comércio. Andar pelo centro comercial é uma verdadeira aventura, a começar pelos insistentes vendedores que fazem com que você tenha que realmente correr deles. O trânsito paraguaio é uma verdadeira loucura, até mesmo se assemelhando com o indiano de acordo com os vídeos da internet. O nacionalismo é bastante presente o lugar, onde podemos encontrar várias pessoas com a camisa da seleção paraguaia, além do grande consumo de Tererê pelas ruas. Uma bebida típica do local que se assemelha com o chimarrão gaúcho, porém é acrescido de inúmeras ervas medicinais, e é tomado gelado. Após conhecermos o comércio paraguaio, regressamos de volta para Foz do Iguaçu ao final da tarde, finalizando o penúltimo dia da nossa expedição na tríplice fronteira.
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