Distante
176 Km da Capital Natal, o município de Macau esta situado na Mesorregião
Central Potiguar.
Quanto as suas características físico-geográficas, Macau
possui um revelo compreendido em Planície Costeira (presença de dunas) e dos
Tabuleiros Costeiros (terrenos argilosos), que chegam ao seu litoral. O clima
da região esta classificado como muito quente e semi-árido, que juntamente com
o revelo apresentado possui as características ideais para a vegetação presente
no lugar, como a Caatinga Hiperxerófila (vegetação mais seca), Carnaubal
(presença de palmeiras de carnaúba) e da Vegetação Halófica (plantas típicas de
terras com alto teor de sal).
O somatório de todos esses elementos faz de Macau
um lugar onde podemos encontrar os biomas de Restinga e de Manguezal. Dois
importantes biomas protegidos por força de lei Federal.
Desta maneira, foi
criado por força da Lei nº 8.349 de 2003 a Reserva de Desenvolvimento
Sustentável Estadual Ponta do Tubarão, com uma área de 12.946,03 ha. A criação
foi em decorrência da iniciativa das comunidades de Barreira e Diogo Lopes, por
meio de abaixo assinado que visava proteger a área como forma de preservar a
cultura da pesca artesanal. Além disso, a criação da RDS teve como objetivo
preservar a natureza e, ao mesmo tempo, assegurar as condições e os meios
necessários para a melhoria dos modos e da qualidade de vida das populações
tradicionais, bem como valorizar, conservar e aperfeiçoar o conhecimento e as
técnicas de manejo do ambiente por essas populações.
GEOTRILHAS/RN EM DIOGO LOPES
A trilha
da Ponta do Tubarão ocorreu nos dias 29 e 30 de setembro e contou com a
participação de seis geotrilheiros que puderam conferir as belezas naturais de
um paraíso localizado na Costa Branca do Rio Grande do Norte.
A nossa viagem
teve inicio pela BR - 406 com uma rápida
parada para o café da manhã em João Câmara, onde tivemos a grata satisfação de
encontrarmos com a nossa companheira Daniela Cândido, que vinha de compromissos
profissionais de Macau. Após uma boa conversa e um café da manhã bem reforçado,
seguimos adiante rumo a Guamaré, de onde pegaríamos uma estrada secundária rumo
à praia de Diogo Lopes.
Durante o percurso, nos chamou bastante a atenção a
quantidade de usinas eólicas presentes nesta região, devido ao potencial eólico
da região. Chegando a Diogo Lopes, nos deparamos com um lugar pacato
caracterizado por uma paisagem composta do bioma de mangue numa transição com a
caatinga, sendo contrastada pela presença do progresso com as usinas eólicas no
horizonte, e inúmeras plataformas de extração de petróleo em alto mar.
Ao
fazermos um rápido reconhecimento no local, seguimos para o Centro Ama-Goa. Um lugar mais conhecido
na região como “Rancho”, onde seria a nossa base de apoio durante a nossa visita. O lugar
foi construído pela Petrobras, numa forma de compensação social em virtude da
presença da empresa na localidade. O “Rancho” é um espaço destinado à
manifestação da cultural, estabelecimento de ensino da educação ambiental e
sustentabilidade, além de possuir um restaurante social onde são empregados
pessoas da comunidade.
Após devidamente alojados, seguimos para o povoado onde
estava acontecendo a tradicional regata organizada pela Petrobras, que envolve
os pescadores da comunidade. A competição é bastante prestigiada pelos
pescadores com grande presença nas varias regatas que envolvem desde barcos de
brinquedos, e embarcações dos mais variados tamanhos.
Seguimos
para a casa do Itá, líder comunitário que gerencia a sustentabilidade
turística do local. Ingá nos recebeu para uma rápida conversa, para passar as
informações referentes ao nosso roteiro. Retornamos para o “Rancho”, onde o
grupo aproveitou o avanço da hora para almoçar uma refeição à base de peixe e
frutos do mar, com uma linda paisagem ao fundo.
Terminado
o almoço, seguimos para o píer em frente à capela, onde conhecemos o nosso guia
Adailton, que ficou encarregado nosso guiamento durante os dois dias de
atividade. A nossa primeira atividade foi uma trilha aquática utilizando um
barco pesqueiro, que nos conduziu por entre os mangues, onde Adailton nos
apresentava as características dos mangues presentes na área. Em meio à
embarcações que chegavam da regata, fomos até uma ilha formada pela areia
trazida pela maré, que os pescadores utilizam para provir o seu lazer.
No local
existe vários palhoções destinados a abrigar aqueles que procuram o lugar para
lazer ou pesca. Seguimos adiante até um braço de mangue onde foi possível ver a
transição da caatinga para o mangue, com a presença de alguns espécimes
característicos como a mandacaru em meio ao mangue preto.
Retornamos
ao píer de onde seguimos para as dunas dos Americanos, em que foi nos chamou a
atenção a presença da transição da caatinga com a restinga. No alto das dunas
do Americanos, foi possível observarmos toda a Diogo Lopes, bem como os parques
eólicos e as plataformas em alto mar. Porém, estava guardado a melhor parte
para o final da tarde, com o por do sol do alto das dunas. Vagarosamente, o
“astro rei” descia rumo a Oeste, numa combinação de cores avermelhadas com o
branco das dunas, até desaparecer.
O espetáculo ficou ainda mais belo quando a
Leste, sai timidamente a Lua Cheia, que completava o jogo de luzes do Parque
Eólico e das plataformas, tendo ainda a refinaria Clara Camarão bem ao longe
respondendo com suas luzes em Guamaré.
Ao
final do espetáculo, regressamos novamente para o “Rancho” onde nos aguardava
um delicioso jantar com frutos do mar e carne de sol, num misto de sertão e
mar, antes de conhecermos o nosso parceiro Walfran, que viabilizou as nossas
atividades em Diogo Lopes. Valfran também é líder comunitário, atuante no
Movimento Escoteiro da região, que gerencia as atividades do “Rancho”. Após
debatermos sobre as atividades proporcionadas ao grupo, e a respeito do
funcionamento e gerenciamento da área de preservação ambiental e
desenvolvimento sustentável , finalizando o primeiro dia de atividades.
Na
manhã seguinte, o grupo acordou logo cedo para um café-da-manhã bem reforçado
para encarar a trilha preparada pelo Adailton. Seguimos de carro até as
proximidades do ginásio da comunidade de Barreiras, onde após um alongamento,
iniciamos uma caminhada por uma área de caatinga, passando por poços
desativados de petróleo, até chegar na beira da praia.
Ao chegarmos no local, o
grupo se deparou com um grande aerogerador ao longe, decidimos conhecer. Seguimos
adiante, passando por um campo de exploração de petróleo ativo, em que os
cavalos mecânicos extraiam o mineral e queimavam o excesso de gás em suas
torres. Passando por uma área com pequenas piscinas naturais formadas pela ação
das águas, encontramos alguns espécimes de siris que faziam as festa de umas
poucas famílias que estavam na praia deserta.
Após transpormos um paredão
repleto de ostras, finalmente chegamos ao aerogerador que nos impressionou pelo
tamanho. Segundo Adailton, o aerogerador é responsável pelo fornecimento de
energia as duas bases da Petrobras que estão localizadas a beira-mar.
Regressamos por um estradão com um grande salina ao fundo, até chegarmos no
marco demarcatório da reserva de desenvolvimento sustentável, de onde seguimos
adiante pela praia, passando por paisagens compostas de falésias, pequenas
ilhas de mangues e os barcos pesqueiros que se encontravam ancorados na beira
da praia.
Finalizamos cerca de 16 km de caminhada com uma parada em uma casa
para nos refrescarmos com alguns dindins , até de retornamos para o “Rancho”.
Após o almoço, seguimos para a comunidade de Diogo Lopes, para adquiri algumas
peças de artesanato e conferir o final da regata, além de fazer a distribuição
de balas e bonés para a comunidade.
Nos despedimos de nosso guia Adailton e
regressamos para Natal levando consigo ótimas recordações e a experiência de
que é capaz criar uma área sustentável, onde todos podem provir de seu sustento
sem comprometer as gerações futuras.
Raio-X
Nível de Dificuldade –Média
Localização da Trilha – Bom
Disponibilidade de Socorro Médico – Bom
Apoio Logístico - Bom
Recomendações necessárias para trilhar
- Usar roupas leves, confortáveis e fechadas;
- Utilizar bastante protetor solar;
- Levar cantil com bastante água;
- Levar repelente contra insetos;
- Utilizar chapéu ou boné para se proteger do sol;
- Não escrever, desenhar ou danificar as árvores;
- Evita incêndios, apagando cigarros e charutos antes de descartá-los;
- Guadar seu lixo e obedecer às instruções do condutor;
- Levar kit de primeiros socorros.
Onde Comer
Centro Ama-Goa (Rancho).
Fone: (84) 3521-9063 ou 8834-6804
Onde Ficar
Pousada do Élio
Fone: (84) 3521-9130 / 9130-1272 / 9963-1504 / 8742-1583
Contatos para realização de trilha
Itá
Fone: (84) 3521-9167 / 3521-9082 / 9982-3492
Realização
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