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segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

DOIS ANOS DE MUITAS TRILHAS E RESPONSABILIDADE SÓCIO-AMBIENTAL

Expedição GEOTRILHAS/RN na Chapada Diamantina/BA 2010
Dois anos levando aos nossos amigos uma forma de Ecoturismo totalmente “socialista”, como bem gostamos de definir, acessível a todos que acreditam que é possivel levar desenvolvimento economico, social e ambiental para os pequenos municípios, aproveitando suas belezas naturais, e a cultura e receptividade da sua humilde gente.

Este é o resumo de mais um ano de trabalho do Projeto GEOTRILHAS/RN, que além de promover as trilhas ecológicas mensais, abertas ao público em geral, desenvolveu outros trabalhos na área de Educação Ambiental, com o plantio de mudas nos muncípios visitados, e um curso de reciclagem de papel em conjunto com os grandes parceiros, o Grupo Escoteiro do Mar Artífices Náuticos, aonde membros do GEOTRILHAS/RN vem desenvolvendo a mais de um ano, não só ações ambientais, como também de participação mútua no grupo escoteiro, com três chefes registrados na União dos Escoteiros do Brasil.

Os trabalhos cientificos foram bastantes presentes no ano passado, com a apresentação de artigos na 62ª Reunião Anual da SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência), realizada em juho na UFRN, e o desenvolvimento de estudo técnico para viabilização da implantação de um roteiro histórico, ecológico e cultural no município de Serra Negra do Norte/RN, levaria ao local um desenvolvimento economico por meio da prática sustentavel do ecoturismo.

Uma outra grande conquista alcançada neste ano que se passou, foi o reconhecimento da FUNCERN (Fundação de Apoio ao IFRN), que contratou no ano passado dois membros do GEOTRILHAS/RN, para lecionarem temas ligados a Educação Ambiental e Cidadania, durante o Programa Petrobras Jovem Aprendiz, que ofereceu capacitação técnica a 80 jovens com idade entre 15 e 18 anos, inscritos nos programas federais Bolsa Família e Primeiro Emprego.

Outros destaques alcançados foram à divulgação de categorias esportivas, como o treeking e a corrida de orientação, com participações de duas equipes no Circuito RN Trilhas de Corrida de Regularidades, o insentivo a prática de remo olimpico, com a formação de ateletas em parceria com o Sport Club de Natal e a divugação do automobilismo potiguar, com a organização de dois desafios de kart no kartódromo de Natal.

Quanto às trilhas mensais, grandes conquistas foram alcançadas, com a organização de trilhas inéditas no Rio Grande do Norte, como a serra do Feiticeiro em Lajes, visita ao Porto Ilha da cidade de Areia Branca e no início já de 2011, com a abertura do calendário com o Roteiro dos Engenhos em Ceará-Mirim. Já a nivel o interestadual, os destaques foram às trilhas de Brejo da Madre de Deus/PE, com o ecoturismo e espetáculo a Paixão de Cristo em Nova Jerusalém, e sem dúvida alguma, a sensacional Expedição GEOTRILHAS/RN na Chapada Diamantina na Bahia, onde foi provado que tudo é possivel de ser feito com planejamento.

O reconhecimento aos nossos parceiros foi outra marca do ano que se passou com a entrega do Prêmio GEOTRILHAS/RN: Os Melhores do Ano, que contemplou o melhor guia, restaurante, hospedagem projeto socio-ambiental entre outros que se destacarm em cada município por onde passamos.

Para este ano o trabalho continua com a organização de onze trilhas ecólogicas e mais a expedição anual, que vai desembarcar no mês de novembro em Foz do Iguaçú/PR, contemplando vistas no Paraguai e Argentina, participação no Circuito RN Trilhas 2011, organiozação de mais dois desafios de kart, assessoramento do Grupo Escoteiro do Mar Artífices Náuticos e continuação da Campanha Trilhando o Verde, além de outros projetos que venham a surgir no decorrer do ano.

domingo, 30 de janeiro de 2011

GEOTRILHAS/RN DE LUTO PELA MORTE DO SEU ILUSTRISSIMO COMPANHEIRO GERALDO BELO MORENO

Seu Geraldo juntamente com os chefes do GEMAN-64º/RN durante o CTMAR 2009.
O Grupo GEOTRILHAS/RN está de luto. Faleceu aos 77 anos de idade na noite desta último sexta-feira, vítima de pneumonia, o vetereno e batalhador do remo olimpico potiguar, o Sr. Geraldo Belo Moreno. Seu Geraldo como era mais conhecido, foi remador desde seus 18 anos de idade, foi  campeoníssimo no out-rigger, e depois treinador vitorioso, onde entrou para a história do Sport Clube na década de 1960 - numa época que o remo em natal era bem mais valorizado, quando o clube obteve um inédito pentacampeonato e comemorou 50 anos de existência exatamente em 1965. Depois disso, alcançou a presidência do Sport (onde ocupou pela última vez o cargo no ano passado), além de ter sido presidente da Federação Norte-Rio-Grandense de Remo e o Sport Club de Natal. Atualmente, Seu Geraldo ocupava o cargo de diretor técnico do Sport e lutava para que o esporte não morresse na capital potiguar. 

Ainda sobre seu fantástico trabalho no remo potiguar, Seu Geraldo abriu as portas do clube para o escotismo da Modalidade do Mar, quando então o Grupo Escoteiro do Mar Artífices Náuticos utilizou as dependencias físicas, e a carga de conhecimentos técnicos sobre o esporte remo olimpico que o ex-atleta possuia, para realizar um modulo do primeiro CTMAR(Curso Técnico de Arráis Amador e de Formação de Chefes da Modalidade do Mar) do Norte/Nordeste. Além de disponibilizar o clube para a prática de Remo Olímpico para os membros juvenis. 

Para o Grupo GEOTRILHAS/RN , Seu Geraldo foi um grande incentivador , para a formação de atletas oriudos do grupo, em que treinou gratuitamente os participantes do grupo, para a formação de uma futura equipe de remo, que defenderia as cores do Sport Clube Natal.

O velório ocorreu por toda a manhã e tarde na sede do seu clube de coração, localizado na rua Chile, no bairro da Ribeira, que contou com a presença de famíliares, amigos, atletas e dirigentes do esporte, autoridades, e representações do 64º GEMAN/RN, e do Grupo GEOTRILHAS/RN. Já  ocorreu na tarde do mesmo dia no Cemitério Parque de Nova Descoberta.

 Sem dúvida, não ficará só órfão apenas os atletas e amantes do Remo Olímpico potiguar, mais sim todos os desportistas, e escoteiros que viam na figura do Sr. Geraldo Belo Moreno, um exemplo de dedicação e disciplina para atingir seus objetivos.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

NÚCLEO DO GEOTRILHAS/RN NO SERIDÓ PARTICIPA DE TRILHA ECOLÓGICA EM SERRA NEGRA DO NORTE/RN


Por Rita de Cássia Dantas
Os participantes puderam admirar a pasaigam de caatinga totalmente verde
Na manhã de domingo do dia 16 de janeiro de 2011, a geotrilheira e serra-negrense Rita de Cássia organizou uma trilha na Serra Negra, a serra localizada no município de Serra Negra do Norte/RN, cidade onde mora. 

A Serra é um grande rochedo que se projeta sobre a cidade, é sem dúvida um monumento natural que ornamenta e caracteriza Serra Negra do Norte, pois foi a mesma que definiu o nome do lugar. Tem aproximadamente 400 metros de altitude. Antes era chamada de Serra Velha, mas por causa de sua vegetação sombria recebeu este nome. Local ideal para a prática de trilhas, onde favorece a vista das belas paisagens da região, conhece um pouco da vegetação local, bem como faz um pequeno resgate ao passado, pois ainda existe o que sobrou da precária moradia do fazendeiro Júlio Batista, que ali se isolou tentando aproveitar o clima favorável da altitude para o alívio de uma doença, na época, incurável. Verdadeiramente, é um dos belos cartões postais que a cidade pode apresentar.

A cidade já foi palco de uma de nossas trilhas no ano de 2009 e a serra foi um dos roteiros visitados pelo grupo. Assim, com o objetivo de dar continuidade ao trabalho de valorização e preservação do nosso patrimônio histórico-cultural-natural, Rita de Cássia estendeu o convite a alguns serra-negrenses e visitantes do estado vizinho, a Paraíba. Contou com a ajuda, para chegar ao destino escolhido, de alguns membros do Grupo Amigos da Natureza, nas pessoas de Netinho e Erinaildo. O grupo tem como objetivo guiar e orientar pessoas interessadas em fazer trilha na cidade sempre passando a importância do respeito com a natureza.

Participaram da trilha 08 pessoas: Rita de Cássia e mais 06 serra-negrenses, entre eles estavam os guias do Grupo Amigos da Natureza e professores e ainda um paraibano, também professor, que foi prestigiar um pouco das belezas e cultura que a cidade tem a oferecer.

O grupo saiu em direção ao seu destino ao raiar do sol, fazendo o percurso observando a natureza em volta, passando por lugares que relembram a história da cidade, como a casa de taipa construída quase no topo da serra, refúgio de alguns agricultores que cultivavam legumes naquele local e a casa de pedra, no topo da serra, abrigo de um dos serra-negrenses acometido de uma doença incurável na época, e foi para lá a fim de se isolar e poder respirar um ar mais puro a assim não transmitir a doença aos demais e na esperança de uma recuperação. 

No topo da serra o grupo pode sentir a sensação de liberdade que é estar naquele lugar, admirar a paisagem belíssima em volta e ainda desfrutar de um piquenique repleto de comidas típicas nordestinas e frutas levadas pelo grupo, acompanhado de uma conversa muito agradável e com um toque de magia que o ambiente oferece.  A manhã foi muito agradável, tanto que o retorno só se deu às 10h00min. 

Aproveitaram bastante a trilha e com as palavras de Rita de Cássia, “foi uma manhã muito prazerosa para todos que subiram. Prestigiamos um pouco de nossas riquezas, sentimos na pele a sensação de liberdade e vivemos horas de aventura, conhecimento, diversão, união e de valorização a nossa cultura e natureza! Foi maravilhoso e gratificante!

SERRA NEGRA DO NORTE: RELEMBRANDO SUA HISTÓRIA

Serra Negra do Norte nasceu de uma fazenda de gado, no século VXIII. Aportou nesse lugar, em 1728, o capitão Mor Manoel Pereira Monteiro, sua família e seus agregados e ali se estabeleceu com uma fazenda de criar da ribeira do rio Espinharas.

Os Pereira Monteiro, ao chegarem à ribeira do Espinharas, o local era conhecido, simplesmente, por “Os Currais dos Espinharas”, o primeiro nome do local onde implantou a fazenda. Treze anos mais tarde, quando Manoel Pereira Monteiro requereu sobras de terra ao redor de sua fazenda (1741), a chamou de “fazenda Serra Negra”. Possível possibilidade que motivou o nome foi o aspecto sombrio da mata fechada que envolvia a Serra Velha (nome atual: Serra Negra), vista à distância. Existe também a lenda da escrava de Manoel Pereira Monteiro, que teria ido ao pé da serra apanhar lenha e foi devorada por uma onça. Porém, a primeira informação é mais consistente.

A família Pereira Monteiro deu início a povoação desse lugar, mas o tempo avançou, os anos se sucederam e também as gerações foram sendo somadas a outras famílias incorporadas através de casamentos. Assim ocorreu com os Faria e Mariz.

A criação do Município deu-se com a Lei Municipal nº 688, de 03 de agosto de 1874. Mas teve sua sede administrativa transferida para São João do Sabugi, em 27 de maio de 1932, voltou à sua localização histórica no dia 13 de dezembro de 1935, adquirindo foros de cidade em 29 de março de 1938, pelo Decreto nº 457.

O município localiza-se na Mesorregião Potiguar e na Microrregião Ocidental a uma distância de 323 km de Natal/RN. Limita-se ao norte com Jardim de Piranhas, ao sul com São João do Sabugi e o Estado da Paraíba, ao leste com Caicó e Timbaúba dos Batistas e ao oeste com o Estado da Paraíba. Está a uma altura de 167 metros acima do nível do mar, abrangendo uma área de 562,40 km2.

Possui clima semi-árido, com temperatura anual de 27,5 ºC e uma umidade relativa média anual de 59%. O período chuvoso vai de fevereiro a maio, com precipitação pluviométrica anual média de 734,6 mm, máxima de 1.652,3 mm e mínima de 129,8 mm.

Sua vegetação predominante é a caatinga, de caráter mais seco, com abundância de plantas de porte baixo e espalhadas. Entre outras espécies, destacam-se a jurema preta, o mufumbo, o faveleiro, o marmeleiro, o xique-xique e a oiticica.

Os solos predominantes são arenosos, argilosos, humíferos mistos, de cores preta, roxa, vermelha e amarela, ocupando 60% da área do município, a maioria nas margens do Rio Espinharas, com irrigações de feijão, melancia, tomate e milho.

De 100 a 200 metros de altitude, possui terrenos baixos, situados entre as partes altas do Planalto da Borborema e da Chapada do Apodi.

Serra Negra do Norte é um verdadeiro caldeirão cultural, com um potencial edificante, repleta de histórias para contar que vai desde a religião (roubo da Imagem de Nossa Senhora do Ó, devoção e apreço), política (local de nascimento de várias personalidades do meio político e acadêmico do Rio Grande do Norte, como o ex-senador Dinarte Mariz, o ex-governador Juvenal Lamartine) e outros fatos de seu povo que faz do lugar um ambiente magnífico para visitar e fazer uma viagem pela história. Por fazer parte do conjunto de cidades interioranas é favorável para o descanso e tem uma hospitalidade do povo serra-negrense que faz inveja a muitos, uma das várias qualidades que esse povo humilde e acolhedor tem a oferecer.

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

DIVULGADAS AS DATAS DAS PROVAS DO CIRCUITO RN TRILHAS 2011


A liga RN Trilhas de Trekking de Regularidade, divulgou oficialmente as datas do calendário de suas prova para o circuito 2011. Neste ano, o campeonato contará com sete provas de trekkiing de regularidade, e mais três com corrida de orientação, onde serão utilizadas cartas topográficas na escala de 1:15.000 e bússola para encontrarem prismas escondidos em área mapeada.
A primeira etapa do circuito está marcada para o dia 20 de março, sem ainda local definido.

Para os interessados em participarem do circuito 2011 nas categorias graduados ou iniciantes, deverão ficar atentos para as seguintes datas:

Até o dia 31 de janeiro será o período para as equipes do circuito 2010 confirmarem as numerações usadas;

Do dia 1º de fevereiro até o dia 1º de março será o período para as equipes novas e as antigas que desejarem mudar de numeração, escolherem novos números que estarão disponíveis no site: http://www.rntrilhas.com.br/

Confira o calendário completo

TREKKING DE REGULARIDADE

1ª Etapa: 20 de março

2ª Etapa: 21 de Maio

3ª Etapa: 19 de junho

4ª Etapa: 17 de julho

5ª Etapa: 28 de agosto

6ª Etapa: 1° de outubro

7ª Etapa: 20 de novembro

CORRIDA COM ORIENTAÇÃO

1ª Etapa: 29 de maio

2ª Etapa: 02 de julho

3ª Etapa: 24 de setembro.

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

GEOTRILHAS/RN VAI COMEMORAR DOIS ANOS DE ANIVERSÁRIO COM MUITA CULTURA E TRILHAS ECOLÓGICAS NO AGRESTE PERNAMBUCANO


Alusivo as comemorações do aniversário de dois anos de projeto, o GEOTRILHAS/RN realiza nos próximos dias 11, 12 e 13 de fevereiro a Trilha Eco-Cultural do Vale do Ipojuca, no estado de Pernambuco. 

Serão três dias de atividades históricas, culturais e ecológicas (trilhas), nos municípios de Caruaru e Gravatá respectivamente.

Entre os pontos que serão visitados destacam-se o Alto do Moura, Museu Mestre Vitalino e a Feira de Caruaru (Patrimônio Imaterial do Brasil). Já no município de Gravatá, serão visitados o centro histórico, e uma trilha envolvendo um misto dos antigos túneis ferroviários e a Trilha do Kawatá.

Trilha Eco-Cultural do Vale do Ipojuca | Caruaru e Gravatá/PE. 

Data: Dias 11, 12 e 13 de fevereiro.

Não Percam!!!!!!!!

Contatos: geotrilhasturismo@gmail.com
                lazaro_lhammas@hotmail.com

domingo, 23 de janeiro de 2011

TRILHA ECO-CULTURAL DO ROTEIRO DOS ENGENHOS - Ceará-Mirim/RN


FIQUE POR DENTRO DE CEARÁ-MIRIM

Distante apenas  28 km da capital, o município de Ceará-Mirim foi incluído recentemente na Região Metropolitana de Natal. Está incluso na Mesorregião do Leste Potiguar, e respectivamente na microrregião de Macaíba, a uma altitude de 33 metros acima do nível do mar.

A origem de seu nome, segundo o escritor Câmara Cascudo é dada pela “Seara, várzea do Seara”, rio formado entre Lajes e Angicos, atravessando os municípios de João Câmara e Taipu, despejando no mar na Barra de Inácio de Góis. A tradução do vocábulo “Ceará”, segundo o escritor José de Alencar é “fala ou canto do papagaio”.

Sua história teve início com a povoação dos índios Potiguares às margens do rio pequeno, posteriormente rio Ceará-Mirim. A organização inicial da comunidade é atribuída ao líder Felipe Camarão juntamente com com os portugueses . No início do século XVII, suas terras são concedidas a vários donatários, dentre eles a Companhia de Jesus. Os jesuitas fundam um convento na localidade conhecida como Guajiru, dando início à construção das primeiras edificações públicas, como uma igreja e o prédio destinado a cadeia pública e a Câmara Municipal.

Com a Carta Régia do Marquês de Pombal, foi proibido sumariamente a participação de jesuítas na organização administrativa e de ensino do povoado, pois os portugueses tinham interesses na férteis terras do vale. Com o afastamento dos jesuítas, os índios pressionados pelos colonizadores acabaram negociando suas terras com estranhos.

Nessa época, chegaram os negros vindos da África, e com eles começava o trabalho cativo e formação dos engenhos de cana-de-açúcar, que vieram a comandar a economia e a história do vale do Ceará-Mirim. Nascia, assim, uma civilização própria com base nos senhores de engenho, conscientes do domínio econômico que exerciam, e de uma fidalguia poderosa e elegante. Era o final do século XIX, o vale prosperava e crescia com a produção canavieira.

Por algum tempo conservou-se um núcleo de ostentação e luxo. Surgiram os bailes aristocratas, as carruagens forradas com seda e as festas ricas e pomposas. Esses traços que marcaram uma Era caracterizaram, no tempo, a etapa patriarcal e escravocrata do açúcar.

Em 3 de setembro de 1759, o município foi criado oficialmente, através de alvará, e instalado em 3 de maio de 1760, na antiga aldeia de Guajiru, tendo por sede a vila de Extremoz. Em 18 de agosto de 1885, a sede foi transferida para a povoação de Boca da Mata e passou a chamar-se vila do Ceará-Mirim. A transferência para vila de Ceará-Mirim foi suspensa através da Lei n° 345, de 4 de setembro de 1856. Após dois anos foi novamente confirmada pela Lei n° 370, de 30 de julho de 1858. Em 9 de junho de 1882, através da Lei n° 837, Ceará-Mirim recebeu foros de cidade. (fonte: IDEMA)

Suas demais características geográficas são compostas por um clima tropical chuvoso com verão seco, com temperatura média de 25,3 °C, e precipitação pluviométrica de 1.535,2mm ao ano.

A formação vegetal do município é composta por floresta subcaducifólia, apresentando vegetação que se caracteriza pela queda das folhas das árvores durante o período seco; manguezais dominado por espécies vegetais, mangues e animais típicos, aos quais se associam outras plantas e animais, adaptadas a um solo periodicamente inundado pelas marés, com grande variação de salinidade, e por campos de várzea formada por vegetação que ocorre nas várzeas úmidas e periferia de cursos d’água.

Os solos são formados basicamente por Latossolo Vermelho Amarelo Distrófico e Areias Quartzosas Distróficas com fertilidades baixa e muito drenáveis e Solos Gley Eutrófico com alta fertilidade e pouco drenáveis. Ambos os solos são excessivamente utilizados para a expansão da monocultura da cana-de-açúcar.

Geomorfologicamente, o município está inserido, principalmente na área de abrangência do Grupo Barreiras, com idade do Terciário-Superior, onde predominam arenitos finos a médios, ou conglomeráticos, com intercalações de siltitos e argilitos, dominantemente associados a sistemas fluviais, inconsolidados e mal selecionados. Já nos vales dos leitos dos principais rios que cruzam a área do município, encontram-se depósitos aluvionares compostos de areias e cascalhos, com intercalações pelíticas, associados aos sistemas fluviais atuais, formando uma planície fluvial, área plana resultante da acumulação fluvial sujeita a inundações. No geral predominam formas tabulares de relevos, de topo plano, com diferentes ordens de grandeza e de aprofundamento de drenagem, separados geralmente por vales de fundo plano.

 

O revelo é formado por tabuleiros costeiros localizados próximo ao litoral; planícies fluviais, com terrenos baixos e planos situados nas margens dos rios, conhecidos como vales e por planície costeira com a presença de dunas.

Quanto à hidrogeologia, Ceará-Mirim está inserido no aqüífero barreiras, e ao aqüífero Aluvião, sendo a qualidade da água geralmente é boa e pouco explorada. Já quanto à hidrologia, encontra-se com 35% do seu território inserido na Bacia Hidrográfica do rio Ceará-Mirim, 31,99% na Bacia do rio Maxaranguape, 24,78% na Bacia Hidrográfica do rio Doce e 8,22% na Faixa Litorânea Leste de Escoamento Difuso. Possui como principais rios o Ceará-Mirim, Delfinos, Macaio, dos Índios, Guajiru, São Pedro, Raposo, Matura de Cima, Riachão, do Mudo e riachos da Goiabeira, Caratá, Capela; Lagoas do Caçote, do Carmo, da Cutia, São José, Junco, Abelha, Caraúbas. (Fonte: IDEMA)


GEOTRILHAS/RN EM CEARÁ-MIRIM

Grupo reunido em frente a Igreja Matriz
Na manhã chuvosa do sábado dia 22 de janeiro, partimos de gente ao IFRN com destino ao município de Ceará-Mirim com uma única certeza: Fazendo chuva ou sol teríamos a nossa trilha. Após seguirmos pela BR – 406, pouco mais de 40 minutos, chegamos ao município, onde já no Centro de Informações Turísticas localizado na entrada da cidade, o guia Franccesco juntamente com o seu auxiliar Lorran já nos aguardava.

Luizinho Corrêa recepcionando o grupo
Ao desembarcarmos, logo chegou ao local o nosso anfitrião Luiz Corrêa Júnior, mais conhecido como Luizinho, que nos deu as recepções calorosas num dia chuvoso. Após as primeiras orientações, seguimos com destino ao centro histórico da cidade, para conhecer o legado arquitetônico do século XIV,presentes pelos imponentes casarões e suas peculariedades. Nossa primeira parada foi o Mercado Público da cidade, onde conhecemos a história de origem do velho mercado, sua arquitetura que lembra as antigas colunas romanas, e o grande patrimônio cultural manifestado entre suas bancas. Durante a visita ao mercado, o grupo fez uma pequena pausa para degustar um pouco da culinária local, dentre as quais um café da manhã bastante reforçado com picado de porco, macaxeira, queijo, tapioca e suco de mangaba.

Passeio pelo Centro Histórico
Após o grupo ter tomado café, seguimos para pelo centro onde conhecemos o prédio da prefeitura (um grande casarão doado pela aristocracia açucareira ao poder público), as casas das famílias tradicionais do município, com destaque a casa onde nasceu o ex-presidente Café Filho, além da igreja matriz onde o guia Franccesco contou a sua história, e lendas que cercaram o templo por vários anos. O inteiro da igreja nos surpreende pelo tamanho e o grande número de altares presentes, mas que infelizmente vem perdendo a sua originalidade devido a reforças que foram, e ainda estão sendo feitas no local. Após a visita a igreja, passamos pelo Largo Frei Damião, onde se encontra uma estatua em homenagem ao frei Capuccino, e seguimos para o interior do cemitério municipal para conhecer o túmulo da perversa Dona Fêfa, uma antiga senhora de engenho conhecida pela inúmeras crueldade praticada nos escravos de seu engenho, que segundo o guia Francccesco, fez com que ela se transformasse em cobra.

Depois da visita ao cemitério, e de ter conferido mais uma lenda do município, embarcamos com destino ao Rancho Boca da Mata, de propriedade de Luizinho Corrêa, de onde partiríamos para a trilha ecológica, mas antes disso, pelo caminho até chegar ao racho, vislumbramos a linda paisagem do vale, conhecendo mais de sua história, Passamos pela antiga estação ferroviária, pela Usina Açucareira do Vale do Ceará Mirim, pela antiga Casa Grande do engenho Guaporé, que já foi a residência do governador da província do Rio Grande do Norte, Vicente Inácio Pereira onde hoje deveria ser o Museu Nilo Pereira, mas que está completamente entregue às traças e aos morcegos, o Museu Nilo Pereira pertence à Fundação José Augusto, que usa o lugar como depósito. Passamos ainda pelo túmulo de Emma. Uma construção onde foi sepultada uma inglesa chamada Emma. Conta a lenda do lugar, que o jovem Victor Barroca, filho do proprietário do engenho Verde Nasce, Marcelo Barroca, foi estudar na Inglaterra e casou-se com uma moça inglesa, vindo morar no engenho. Ao acompanhar o marido, Emma não resistiu ao clima e faleceu em 1881 (data da lápide). Naquele tempo, a Igreja Católica não permitiu o sepultamento num cemitério, uma vez que sua religião era Anglicana. Seu esposo mandou construir o túmulo no alto de uma colina – local onde o casal costumava passar as tardes – rendendo todas as homenagens possíveis. Até chegar ao racho, passamos ainda por inúmeros engenhos, intactos e em ruínas.

Visita ao Engenho Verde Vale
Chegando ao rancho, mais uma vez encontramos com Luizinho Corrêa, onde ele mostrou a reforma de seu rancho, uma pequena reserva ambiental, que em abril deste ano abrirá as portas para receber turistas que desejem contemplar o Roteiro dos Engenhos. Seguimos adiante pela estrada que liga Ceará-Mirim a praia de Muriú, passando de frente pelo Engenho Mucuripe, que já foi de propriedade do Ruy Pereira, mas que ainda hoje conserva suas iniciais em todo o seu complexo que engloba a Casa Grande, a vila dos funcionários, e o próprio engenho que ainda está em pleno vapor produzindo rapadura, mel açúcar mascavo, e agora cachaça. Ainda pelo percurso encontramos as velhas ruínas da casa onde nasceu Maria Madalena Antunes Pereira. Autora do livro "Oiteiro - Memórias de uma sinhá moça", uma grande obra da literatura brasileira. Como a grande maioria dos engenhos, o da família da escritora também estava em ruínas, restando algumas paredes, a chaminé, e o maquinário exposto ao relento.

Campanha Trilhando o Verde
Após percorrido cerca de seis quilômetros, chegamos ao Engenho Verde Vale, onde conhecemos por meio do sei gerente Sr. Francisco, que nos acompanhou no interior do engenho, todo o processo de fabricação da rapadura, desde a moenda, o ponto do mel, o modelagem e a embalagem. O grupo aproveitou a oportunidade para adquirir a preço de custo rapadura, mel de engenho e açúcar mascavo no próprio engenho. Finalizada as compras, saindo do protocolo, aproveitamos para fazer mais um plantio de uma muda da Campanha Trilhando o Verde, que foi feita com uma muda doada por Luizinho Corrêa, e plantada no pátio do próprio engenho por Rita de Cássia e o Sr. Francisco.

Terminada a ação ecológica, partimos para o início da trilha na localidade de Boga, de onde partimos pelo vale adentro contemplando a paisagem dos verdes canaviais, palmeiras imperiais e inúmeras fruteiras. Seguimos por um trecho onde no ano de 1998 houve um grande deslizamento de terra que provocou a morte de inúmeros moradores da região. Ainda dava para ver algumas casas que foram totalmente arrastadas pela terra que desabou. No horizonte, se via uma grande área de alagada parecendo um pântano, onde os guia afirmam que há presença de jacarés.

Barranco durante o percurso
Durante todo o nosso percurso, passamos por terrenos bastante escorregadios, onde era necessário se apoiarmos nas cercas das propriedades. Muitas eram as fruteiras pelo caminho, que abastecia os nossos suprimentos, além de várias outras ruínas de velhos engenhos. Seguimos em frente até sermos surpreedindos por uma chuva, que não desanimou o pessoal, que seguiu em frente. Encontramos pelo caminho uma caravana de jipeiros, que cordialmente cumprimentou-nos antes de seguirem seu destino.

Após uma hora e meia de caminhada chegamos a propriedade do Sr. Frank Marinho, que abriu as portas da Casa grande para conhecermos. Tamanha surpresa foi ao adentramos ao recinto, onde conferimos a maior parte de todo o mobiliário intacto, além de preservados pisos e demais detalhes da velha casa com mais de vinte cômodos, que segundo o proprietário é datada do século XIV.

O Sr. Frank ainda guardava uma surpresa para nós. Dotado de um conhecimento impar sobre a história e folclore do município, ele reuniu o grupo no alpendre da casa grande e contou por meio dos seus versos a história do município, além de vários outros causos típicos do lugar. Emocionado por expressar o amor pela sua cidade natal, o Sr. Frank Marinho foi homenageado pelo grupo GEOTRILHAS/RN com um certificado de reconhecimento, por seus serviços prestados a luta pela consolidação do Roteiro dos Engenhos. Nós despedimos do Sr. Frank e voltamos para a nossa rota.

Seguimos em direção ao Engenho Santa Theresa cujas únicas lembrança eram algumas paredes que ainda teimavam em ficar de pá, e uma enorme chaminé que resistiu ao tempo. Caminhamos mais alguns metros até chegar há uma nascente de água cristalina, chamada de “Banho das Escravas”, como o nome sugere, era o local onde as escravas se banhavam e lavavam as roupas dos seus senhores. Partimos após reabastecer nossos cantis por um caminho repleto de bambus, que formava um lindo túnel, passando por áreas de plantações de subsistência, até chegarmos num ponto de difícil acesso com ribanceiras bastante íngremes, tendo um barranco com areia movediça logo abaixo, caso alguém viesse a cair. Neste momento a atenção foi total no grupo para superamos mais esse obstáculo, que foi superado sem nenhuma alteração. O trecho final contemplou mais uma ruína de um engenho, que se dos demais por ser construído sob um rio, que era aproveitado como energia motriz para girar uma roda d’água para a moenda. No final da trilha, encontramos com Luizinho Corrêa, que já estava a nossa espera com água mineral e rapadura, e que dali nos levaria para o almoço na cidade.

Após o almoço realizado no Restaurante do Danilo Júnior, o grupo fez a entrega do certificado de agradecimento a Luizinho Corrêa, pelos esforços por ele feitos, para que a primeira trilha de 2010 do GEOTRILHAS/RN acontece em Ceará-Mirim, comprovando toda a luta do nobre amigo em lutar pela consolidação do município nos roteiros de ecoturismo e turismo pedagógico do Estado.

Nos despedimos dele, e dos nossos guias Franccesco e Lorran, e partirmos de volta para Natal, velando consigo muitas lembranças e conhecimentos sobre Ceará-Mirim, um importante ícone da história do Rio Grande do Norte.

Raio-X
Nível de Dificuldade – Médio
Localização da Trilha – Bom

Disponibilidade de Socorro Médico – Ótimo

Apoio Logístico - Ótimo
Recomendações necessárias para trilhar
- Usar roupas leves, confortáveis e fechadas;
- Utilizar bastante protetor solar;
- Levar cantil com bastante água;

- Levar repelente contra insetos;
- Utilizar chapéu ou boné para se proteger do sol;
- Não escrever, desenhar ou danificar as árvores do Parque;
- Evita incêndios, apagando cigarros e charutos antes de descartá-los;
- Guadar seu lixo e obedecer às instruções do condutor.

Onder comer
Restaurante do Danilo Júnior

Onder ficar
Rancho Boca da Mata

Fone: 84 8879-9440 (Luiz Corrêa Júnior)

Contatos para realização de trilha
Franccesco Joseph
Fone: 84 9470-2620
E-mail: franccescojoseph@yahoo.com.br e franccescojoseph@r7.com

Lorran Shulz
Fone: 84 9130-8855
E-mail: lorranschulz@hotmail.com







sábado, 22 de janeiro de 2011

VENCEDOR DO PRÊMIO GEOTRILHAS/RN MELHORES DE 2009 É ENTREVISTADO PELA INTERTV CABUGI

Francisco Cardoso (Seu Tico) vencedor do Prêmio GEOTRILHAS/RN os Melhores de 2009 (Categoria Melhor Guia) - Foto: nominuto.com
Foi veiculada nesta última sexta-feira dia 21 de janeiro, durante o RNTV 1º Edição, a reportagem Minha Cidade chega a Passa e Fica, parte de um projeto da INTERTV, que visitará varias cidades do inteiro do Rio Grande do Norte. Para a grande surpresa do GEOTRILHAS/RN, um dos entrevistados foi o nosso saudoso guia do Parque Estadual da Pedra da Boca, Seu Tico.
Na oportunidade “O Cara!” como é carinhosamente conhecido não só por nós, mas também por grande parte dos admiradores do lugar, concedeu entrevista à repórter Lídia Pace, sobre o seu brilhante trabalho que realiza no parque.
O que mais nos deixou orgulhosos durante a reportagem, foi o reconhecimento do grande Seu Tico com o nosso grupo, na medida em que citou o GEOTRILHAS/RN durante a reportagem, e a exposição durante a reportagem de veiculação estadual  do certificado que lhe conferiu no ano passado, o prêmio de Melhor Guia do ano de 2009, eleito por votação entre os membros do GEOTRILHAS/RN, que reconheceu o brilhante trabalho de Seu Tico como guia no Parque Estadual da Pedra da Boca.
Acompanhe a reportagem em: Minha Cidade chega a Passa e Fica 
Parabéns Seu Tico pelo grande trabalho!
O senhor é realmente “O Cara!”