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sábado, 30 de junho de 2012

IDEMA ISENTA PEQUENOS PRODUTORES RURAIS DE LICENCIAMENTO AMBIENTAL


Foto: Brasil Escola
O Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente do RN - IDEMA publicou nesta quarta-feira (20) a portaria Nº 134/2012 em que estabelece a isenção de licenciamento ambiental à atividades e procedimentos de pequenas propriedades rurais e áreas urbanas, desde que inseridas no âmbito dos municípios abrangidos pela decretação de situação de emergência em função da seca no RN.

De acordo com a publicação, ficam isentos de licença ambiental as obras e serviços de correção do solo, a aquisição de máquinas e equipamentos agropecuários, a construção de cercas, currais e barracão de máquinas, a aquisição de animais com certificados sanitários emitidos pelos órgãos responsáveis, o custeio agrícola e pecuário, dentre outros procedimentos.

Antiga reivindicação dos pequenos produtores rurais, a utilização de cactáceas nativas e outras xerófilas para manejo e arraçoamento do rebanho próprio também fica isenta de qualquer procedimento de licenciamento ambiental. O uso do sodoro para a alimentação dos animais é muito comum nessa época do ano, em que a seca castiga vários municípios potiguares.

"A iniciativa do IDEMA denota o comprometimento do Governo do Estado no enfrentamento aos efeitos da seca e visa dar celeridade às ações propostas pelo Comitê de Combate à Seca, tendo em vista que o atraso na adoção destas medidas pode ocasionar perdas irreversíveis para a população atingida e para as atividades agropecuárias desenvolvidas nas áreas afetadas pela seca", analisa Jamir Fernandes, diretor técnico do órgão ambiental.

Além das medidas de isenção de licenças aos pequenos produtores, a portaria também disciplina o procedimento para o Licenciamento Ambiental Simplificado dos empreendimentos e das atividades que se configurem como necessárias à mitigação dos efeitos da seca, estabelecendo um prazo máximo de cinco dias úteis para a expedição destas licenças. Este procedimento não se aplica aos empreendimentos e às atividades consideradas efetiva ou potencialmente causadoras de significativa degradação do meio ambiente.
Fonte: IDEMA

sexta-feira, 29 de junho de 2012

I TRILHA DO ABAETÉ KALAUNÃ



Os geotrilheiros Artur e Daniel organizam para o público externo nos dias 30/06 e 01/07/2012, uma trilha ecológica que contemplará boa parte do Litoral Sul. O roteiro do 1º dia será a saída de Natal-RN (Ponta Negra) às 05h:45 a.m. de ônibus (Viação Campus) com destino a Praia de Tabatinga-RN. De lá seguem em uma condução para Praia de Barreta-RN, de onde se inicia a trilha pela faixa litorânea até a Praia de Malembá-RN (+ ou – 5km) . Neste ponto, dependendo da hora, seguem pela balsa que vai para Praia de Tibau do Sul-RN (opção de realizar um Meeting de Kaiak com duas horas e meia de duração) ou de seguir para o destino final (Arez-RN).

O roteiro contempla ainda no primeiro dia Ilha do Flamengo na Lagoa de Guarairas em direção a antiga barragen de Senador Georgino Avelino-RN (+ ou – 4km ), onde será feita uma travessia dependendo da maré (andando ou nado). Desta antiga barragem o grupo segue para Senador Georgino Avelino-RN até chegar ao destino final do 1º dia, em Arez-RN (+ ou – 9km), em que serão visitados a Igreja Matriz, Cemitário Rococó, entre outros pontos, finalizando com um acampamento em Pipa.

No 2º haverá uma trilha em direção a Praia Barra de Cunhaú pelo Meso-litoral (+ ou – 5km), passando pelo rio Papeba (travessia de balsa ou canoa), e seguindo para o destino final, da Praia de Baia Formosa (+ ou – 5km).

Informações
Artur Nascimento - 9134-1403 (TIM);
Daniel Camara Trilhas - 8849-5436 (OI) e 9986-8214 (TIM).

quarta-feira, 27 de junho de 2012

LAR DA VOVOZINHA RECEBE ÚLTIMO LOTE DE ALIMENTOS DE PROMOÇÃO


Membros do GEMAN-64º/RN realizando a entrega dos alimentos
O Lar da Vovozinha recebeu na manhã do dia 02 de junho, por meio do Grupo Escoteiro do Mar Artífices Náuticos, o último lote de alimentos que foram arrecadados no leilão solidário promovido pelo Projeto Geotrilhas/RN em parceria com o humorista Mafaldo Pinto. 

Este último montante de alimentios (100 kg) foram doados pelo geotrilheiro Pedro Damasceno Júnior, que vestiu a camisa da campanha e arrematou dois ingressos em favor das vovozinhas.

O objetivo do leilão era conseguir o maior número de quilos de alimentos em troca de três pares de ingressos para os espetáculos humorísticos “As Proibidas do Show do Tom” e “Elas Casam Roberto”, ocorridos nos dias 04 e 05 de maio no Teatro Alberto Maranhão, que contou com as performances do próprio Mafaldo Pinto, e dos humoristas Dion Queiroz, Kalberg Azevedo, Ruanito e Super Edson.

No total foram arrecadados 150 quilos de alimentos que ajudarão na nutrição das senhoras atendidas pela instituição.

III CIRCUITO MATA DO SERÓ



Dia 14 de julho teremos a terceira edição da trilha Ecológica Circuito Mata do Seró, ocasião em que percorreremos 10,7 km de encantos e belezas. 

O percurso começa no Centro Cultural as 8:00 horas da manhã, momento em que faremos alongamento e seguiremos até a Cachoeira do Seró e de lá subiremos até a Mata.

Na clareira da  Mata do Seró teremos venda de comidas e bebidas, além de uma apresentação cultural da Banda de Pífanos Pimenta Malagueta.

Para participar você só necessita fazer sua inscrição na Secretaria de Cultura, Turismo e Meio Ambiente, localizada no Centro Cultural em Dona Inês ou entrar em contato com Mariano, email: marianocordel@hotmail.com

As inscrições são gratuitas!

FOME CONTINUA AMEAÇANDO O MUNDO


Por José Eduardo Mendonça

Imagem: MIAT
Enquanto líderes de mais de 130 nações se encontram na conferência Rio+20, um novo estudo mostra como a mudança do clima irá exacerbar uma questão importante: a fome.

O número de mulheres e crianças subnutridas pode aumentar 20 por cento e atingir uma em cada cinco dentro de uma década por causa do impacto da mudança do clima sobre a produção de alimentos, de acordo com análise da Organização Mundial de Saúde (OMS) e outros grupos. Hoje, uma em casa sete de 495 milhões de mulheres e crianças com menos de cinco anos não tem comida suficiente, diz o relatório, acrescentando que o crescimento populacional vai piorar o problema.

Junto com pobreza, escassez de energia e destruição de florestas tropicais, a fome é uma questão prioritária na Rio+20. A análise da OMS mostra que das 495 milhões de mulheres e crianças de menos de cinco anos de idade que são subnutridas, 150 milhões vivem na África, 315 milhões na Ásia e 30 milhões na América Latina e Caribe. Ela estima que cerca de 465 milhões de pessoas a mais estarão vivendo em países em desenvolvimento em 2020, forçando a demanda por alimentos.

“A subnutrição é determinante da má saúde e são as mulheres e crianças que mais sofrem,” disse Julio Frenk, diretor da Faculdade de Saúde Pública da Universidade Harvard. “A subnutrição materna pode continuar ns filhos, estendendo o ciclo a pelo menos três gerações.”

O relatório diz que a mudança do clima também irá afetar os preços de alimentos. Citando dados do Banco Mundial, ele diz que estes preços subiram 8 por cento no primeiro trimestre de 2012, parcialmente como consequência do frio extremo na Europa, que afetou a colheita de trigo, e o calor excessivo na América do Sul, que diminuiu a produção de açúcar, milho e soja.

Outro relatório, publicado ontem no Energy and Environmental Science, sugere diversas soluções para a mudança do clima e a escassez alimentar: eficiência agrícola, reciclagem de resíduos alimentares e mais baixo consumo de carne. Estas mudanças poderiam reduzir a quantidade de terra necessária para o plantio, apesar do crescimento populacional, e deixar terra suficiente para a produção de bioenergia, de acordo com o estudo da Universidade de Exeter, na Inglaterra, segundo a WLTX.

terça-feira, 26 de junho de 2012

RN É O PRIMEIRO ESTADO A ADERIR À COMPENSAÇÃO DE EMISSÃO DE CARBONO DURANTE EVENTO


Foto: DIZ AI.COM
O estado do Rio Grande do Norte foi a primeira delegação do país a compensar as emissões de gases do efeito estufa emitidas durante o deslocamento aéreo para a Rio+20. A adesão à Estratégia Nacional de Compensação de Emissões de Gases de Efeito Estufa na Conferência é voluntária.

A estratégia nasceu de uma parceria do Governo Federal com a Caixa Econômica Federal e o Pnud (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento), que desenvolveram uma ferramenta online onde os participantes podem ter acesso ao número das emissões de carbono liberadas por suas viagens à Conferência. As delegações podem compensar as emissões através de doações correspondentes às RCEs (Reduções Certificadas de Emissão) provenientes de projetos brasileiros do MDL (Mecanismo de Desenvolvimento Limpo), estabelecido pelo Protocolo de Kyoto.

Além dos governos e empresas, qualquer participante da Rio+20 também poderá fazer a sua compensação individual, pois o programa recebe doações voluntárias aos créditos de carbono. Os recursos oriundos da compensação vão ser administrados pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e investidas em atividades para o desenvolvimento sustentável.

Da Iniciativa

A compensação das emissões de gases de efeito estufa é feita através de ações que geram benefícios ambientais de mesma proporção que os prejuízos causados pelas atividades humanas. Essas atividades precisam ser validadas por órgãos internacionais, de certificação e precisam atender a algumas exigências, como aumentar a remoção de gás carbônico da atmosfera ou evitar emissões de gases estufa em relação à outra atividade padrão. Além disso, não devem gerar impactos prejudiciais ao meio-ambiente em nível local, e precisam promover o desenvolvimento das comunidades onde se desenvolvem e de seus habitantes.

Fonte: IDEMA

segunda-feira, 25 de junho de 2012

GOVERNADORES DA REGIÃO NORTE ENTREGAM 'CARTA AMAZÔNIA' NA RIO+20


Imagem: VOZ DO NORTE
Governadores da região amazônica participam da Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável, Rio+20. Eles fizeram chegar à ONU um pacto com compromissos para um desenvolvimento sustentável na região, Carta Amazônia.

Em uma das salas oficiais da Conferência foi a vez da Amazônia mostrar o que pode ser feito pelo meio ambiente. Os representantes da região Norte do país defenderam que é preciso preservar, mas com a melhoria de vida das populações tradicionais.

A Carta foi entregue pelo governador do Amapá, Camilo Capiberibe, ao secretário executivo da ONU para assuntos brasileiros. Brice Lalonde declarou que alí estava a voz da Amazônia e que ela deveria ser disseminada pelo mundo. "Eu vou levar isso para todas as instituições das Nações Unidas porque as pessoas precisam conhecer esse documento. Vou entregar para o Ban Ki-moon, secretário-geral da ONU", disse.

Os nove governos da Amazônia brasileira e representantes dos povos tradicionais, indígenas, quilombolas, ribeirinhos se reuniram durante três meses para elaborar propostas, princípios e demandas. O pacto da Amazônia agora faz parte dos documentos oficiais da Rio+20.

Depois das perguntas e debates, o governo do Amazonas, representado pela Secretária de Desenvolvimento Sustentável (SDS), Nádia Muniz, assinou um convênio com a Ocean Future Society de Jean Michel Cousteau para ações de educação ambiental na Amazônia. "Pensar em desenvolvimento e economia sustentável é isso: cada um precisa fazer a sua parte", disse ela.

O famoso ambientalista lembrou que a Amazônia é um oceano de água doce e deve ser protegida por todos. "Sem água, não há vida", completou.

Fonte: G1

sábado, 23 de junho de 2012

GEMAN PARTICIPA DE CAMINHADA ECOLÓGICA EM PONTA NEGRA


Foto: José Aldenir
Alunos, servidores e o grupo de Escoteiros do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte (IFRN), do Campus Natal Central, realizaram na manhã deste sábado uma caminhada ecológica pela orla da praia de Ponta Negra. Durante o trajeto, os participantes recolheram o lixo encontrado e orientaram os banhistas a não poluir a praia. O material reciclável terá como destino, algumas cooperativas de catadores.

A iniciativa marca o início da programação da Semana do Meio Ambiente, que tem como tema, este ano, “Sustentabilidade: compromisso com a vida” e segue até o dia 6 de junho com uma programação diversificada.

De acordo com diretor do Campus Natal Central, José Arnóbio, a proposta é despertar ainda mais a consciência ambiental junto à comunidade do IFRN. “A aceitação da caminhada foi muito boa. Queremos mostrar que a praia de Ponta Negra, que é o principal cartão postal da cidade, ainda sofre com o acúmulo de lixo, como latas de refrigerante, coco. Esta caminhada é uma forma de contribuir para despertar a consciência sobre a importância de conservar o meio ambiente. Discutir o meio ambiente não é os isso, mas é uma parte”, frisou.

De acordo com Tânia Carvalho, coordenadora da Comunicação Social do IFRN, todos os anos são realizadas ações sobre a temática ambiental. “Temos cursos na área de recursos naturais, o próprio IFRN tem um bosque e sempre estamos atuando para despertar esta consciência ecológica. É importante destacar que isto é um exemplo de responsabilidade social e estas pessoas se tornarão multiplicadores de boas práticas”.

A estudante do curso de Administração, Amanda Lara, aprovou a caminhada ecológica. “Gostei muito. A maioria das pessoas não tem essa iniciativa e nem a consciência de preservar a natureza. Para mim é importante tanto para esta conscientização, como para mostrar esta ação à sociedade”.

Maria Soares de Macêdo, diretora do Grupo de Escoteiros do IFRN, levou a equipe para reforçar a atividade de coleta de lixo na praia. “Todos os anos o movimento faz um mutirão nacional de educação ambiental neste período da Semana do Meio Ambiente. Além dos primeiros socorros, os escoteiros têm como pré-requisito a educação ambiental”, contou.

O escoteiro Mateus Doumen estava bastante entusiasmado com a caminhada. “Meu pai, por exemplo, viaja muito para Belém e é frequente ele ver durante o percurso pessoas jogando lixo de dentro de carros e de ônibus. Se no mínimo, a metade do Brasil, fizesse uma ação simples como esta, iria melhorar bastante”.

sexta-feira, 22 de junho de 2012

IDEMA LANÇA CONCURSO FOTOGRÁFICO "PAISAGENS DO ECOSSISTEMA POTIGUAR"



O concurso é aberto à participação de fotógrafos profissionais e amadores, que irão concorrer aos prêmios de três mil, dois mil e mil reais, para o primeiro, segundo e terceiro lugar, respectivamente. As inscrições devem ser feitas até o dia 5 de outubro, podendo cada fotógrafo concorrer com até três fotografias. O resultado e premiação do concurso serão no dia 25 de novembro, no aniversário do Parque das Dunas.

Depois de inscritas no concurso, as fotos passarão a ser de propriedade do IDEMA, que poderá fazer uso das mesmas em seu material institucional - preservando os créditos do autor. Não serão aceitas fotografias que já tenham sido publicadas ou premiadas anteriormente.

O regulamento e ficha de inscrição, junto com as fotografias, devem ser entregues na sede do IDEMA (av. Nascimento de Castro, 2127, Lagoa Nova), Setor de Comunicação, das 8h30min às 11h30min e das 14h às 17h.

O Concurso IDEMA de Fotografia "Paisagens do Ecossistema Potiguar" é o quinto concurso fotográfico realizado pelo IDEMA, tendo promovido anteriormente o Concurso Internacional do Parque das Dunas (2004), Concursos I e II dos Ecossistemas do RN (2006 e 2007) e Concurso das UCs e Monumentos Ecológicos (2009).


Fonte: IDEMA

AGRICULTORES VEEM NA AGROECOLOGIA A ALTERNATIVA PARA O PROBLERMA DA SECA


Por Giselle Paulino


A agricultora gaúcha Rosiele Cristiane Luttki, 34 anos, trabalhou toda a sua vida no campo. Para saber o que ia plantar costumava observar os sinais da natureza, assim como faziam seu pai e seu avô. Dependendo do jeito que o sol nascia e da posição do vento, sabia se ia chover ou não. "Se dava três dias de vento na nascente, sabia que vinha chuva. Se no final da tarde o sol entrasse na cor laranja, sabia que no dia seguinte dava para trabalhar", lembra. "A gente seguiu esses sinais a vida toda. Mas hoje em dia está tudo bagunçado."

Rosiele plantou fumo durante 15 anos e trabalha para diversificar sua produção. No entanto, com a seca que afeta o Sul, apesar de ter plantado milho e feijão, nada colheu. E os problemas não acabaram por aí. Rosiele tem dívidas para pagar. A agricultora está devendo R$ 2.600 por conta das sementes que comprou. Não recebeu o seguro do Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro), pois não conseguiu plantar toda a sua área, conforme manda o programa, e ainda precisa pagar cinco parcelas anuais de R$ 1.800 referentes ao investimento em equipamentos de irrigação feito pelo Pronaf.

Num cenário de incertezas, os chamados sistemas agroecológicos aparecem como uma alternativa mais sustentável para o agricultor. "Queremos deixar a forma de produção convencional e fazer a transição para a agroecologia, que inclui adubação verde, policultivo e uso da própria semente", diz.

"Quem mora no campo já sente os efeitos das mudanças climáticas há pelo menos dez anos", diz frei Sérgio Gorgen, representante do Movimento dos Pequenos Agricultores, ligado a Via Campesina. Segundo ele, o Rio Grande do Sul vive uma de suas piores estiagens. "A última chuva na região foi no mês de novembro. Agora já vai entrar novamente o período de inverno e mais uma seca", diz.

"Tínhamos a percepção de que essas mudanças iriam demorar muito para chegar. Mas hoje em dia quem está no campo já sente na pele o que está acontecendo", diz Rosicléia dos Santos, secretária de Meio Ambiente da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag). As áreas mais afetadas, segundo ela, são as regiões Norte e Nordeste do país. Em algumas regiões do semiárido do Nordeste não chove há dois anos. Essas áreas já enfrentam problemas de desertificação.

"No entanto, é preciso mudar o sistema de produção e fazer políticas que alcancem os pequenos agricultores", diz Rosicléia. Ao lado da Articulação Nacional de Agroecologia (ANA), a Contag e outros movimentos de pequenos agricultores levaram propostas para o governo para a elaboração da Política Nacional de Agroecologia que deve ser lançada durante a Rio+20.

"O Brasil investiu muito cedo na expansão do modelo de agricultura convencional que utiliza fertilizantes químicos e agrotóxicos no controle de pragas", afirma Flávia Londres, agrônoma da Esalq, que assessora ONGs e movimentos sociais em assuntos ligados à agrobiodiversidade. "Por outro lado, nenhuma política foi criada para incentivar sistemas de produção mais harmônicos, como a agroecologia", diz.

Segundo Paulo Guilherme, secretário de extrativismo e desenvolvimento rural do Ministério do Meio Ambiente, o conteúdo da Política Nacional de Agroecologia ainda está em discussão, mas o governo trabalha com o horizonte de apresentá-la durante a reunião. A política deve prever financiamento, abertura de mercados e formas de incentivo para fazer a transição para o novo sistema. As medidas que compõem o plano de implementação devem ser estabelecidas até 2014.

Sistemas de irrigação e crédito sempre foram as grandes demandas. Segundo frei Sérgio, "o governo precisa deixar de estimular as monoculturas e aumentar o crédito para a agroecologia."

Fonte:MST

quinta-feira, 21 de junho de 2012

ÁGUA: ESSENCIAL E CONTAMINADA, ARTIGO DE MAURO BANDERALI



A escassez de água em certas regiões do planeta afeta hoje em dia, bilhões de pessoas no mundo. Mas a situação dos recursos hídricos fica ainda mais critica se considerarmos a quantidade de água superficial e subterrânea que está contaminada por consequência de ações humanas. A poluição da água é considerada a maior causadora de mortes e doenças em todo o mundo: estima-se que cerca de 14.000 pessoas morrem diariamente em decorrência do consumo de água contaminada.

A poluição da água em rios, represas, lagos, aquíferos e mares é um dos principais problemas ambientais do último século, que se agravou por consequência do crescimento acelerado de áreas urbanas, da agricultura e do número de habitantes do planeta. Entre os principais fatores responsáveis pela contaminação da água estão: lançamento de esgotos domésticos e efluentes industriais nos corpos hídricos, urbanização desenfreada, atividades agrícolas e de mineração, poluentes presentes na atmosfera carregados pela chuva, mudanças climáticas, entre outros fatores que colocam em risco a existência de água para consumo na Terra.

Para se ter uma ideia da dimensão do problema no Brasil, uma pesquisa recente realizada pelo Instituto de Química (IQ) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) constatou que a água potável distribuída nas torneiras de 16 capitais do país estava contaminada por substâncias ainda não legisladas. Outro aspecto que chamou a atenção na pesquisa foi a presença de cafeína em todas as amostras das cinco regiões do país. Isso quer dizer que mesmo após o tratamento, nem toda a água distribuída é segura e própria para consumo.

Além de prejudiciais a saúde, alguns contaminantes prejudicam também a vida aquática, matando peixes e plantas. É o caso do agrotóxico que hoje é considerado a segunda maior causa de contaminação dos rios brasileiros, perdendo apenas para o esgoto doméstico, ainda o maior problema. A presença de algas e cianobactérias que eliminam toxinas prejudiciais à saúde também são outra característica de locais onde o esgoto doméstico está presente.

Embora a disponibilidade de água no Brasil seja imensa, é preciso garantir sua qualidade para as gerações futuras. Por isso, ao detectar contaminantes nas reservas de água subterrânea e superficial, é necessário tomar medidas para evitar o agravamento do problema. Atualmente, já existem tecnologias que monitoram e mensuram a quantidade de resíduos e os elementos químicos presentes nesses corpos d’água. É necessário que se invista em tecnologia para que as gerações futuras possam desfrutar a imensa quantidade de água disponível no território brasileiro com qualidade.

*Mauro Banderali é especialista em instrumentação ambiental e hidrológica da empresa Ag Solve

Fonte: Ecodebate