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quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

NÚCLEO DO GEOTRILHAS/RN NO SERIDÓ PARTICIPA DE TRILHA ECOLÓGICA EM SERRA NEGRA DO NORTE/RN


Por Rita de Cássia Dantas
Os participantes puderam admirar a pasaigam de caatinga totalmente verde
Na manhã de domingo do dia 16 de janeiro de 2011, a geotrilheira e serra-negrense Rita de Cássia organizou uma trilha na Serra Negra, a serra localizada no município de Serra Negra do Norte/RN, cidade onde mora. 

A Serra é um grande rochedo que se projeta sobre a cidade, é sem dúvida um monumento natural que ornamenta e caracteriza Serra Negra do Norte, pois foi a mesma que definiu o nome do lugar. Tem aproximadamente 400 metros de altitude. Antes era chamada de Serra Velha, mas por causa de sua vegetação sombria recebeu este nome. Local ideal para a prática de trilhas, onde favorece a vista das belas paisagens da região, conhece um pouco da vegetação local, bem como faz um pequeno resgate ao passado, pois ainda existe o que sobrou da precária moradia do fazendeiro Júlio Batista, que ali se isolou tentando aproveitar o clima favorável da altitude para o alívio de uma doença, na época, incurável. Verdadeiramente, é um dos belos cartões postais que a cidade pode apresentar.

A cidade já foi palco de uma de nossas trilhas no ano de 2009 e a serra foi um dos roteiros visitados pelo grupo. Assim, com o objetivo de dar continuidade ao trabalho de valorização e preservação do nosso patrimônio histórico-cultural-natural, Rita de Cássia estendeu o convite a alguns serra-negrenses e visitantes do estado vizinho, a Paraíba. Contou com a ajuda, para chegar ao destino escolhido, de alguns membros do Grupo Amigos da Natureza, nas pessoas de Netinho e Erinaildo. O grupo tem como objetivo guiar e orientar pessoas interessadas em fazer trilha na cidade sempre passando a importância do respeito com a natureza.

Participaram da trilha 08 pessoas: Rita de Cássia e mais 06 serra-negrenses, entre eles estavam os guias do Grupo Amigos da Natureza e professores e ainda um paraibano, também professor, que foi prestigiar um pouco das belezas e cultura que a cidade tem a oferecer.

O grupo saiu em direção ao seu destino ao raiar do sol, fazendo o percurso observando a natureza em volta, passando por lugares que relembram a história da cidade, como a casa de taipa construída quase no topo da serra, refúgio de alguns agricultores que cultivavam legumes naquele local e a casa de pedra, no topo da serra, abrigo de um dos serra-negrenses acometido de uma doença incurável na época, e foi para lá a fim de se isolar e poder respirar um ar mais puro a assim não transmitir a doença aos demais e na esperança de uma recuperação. 

No topo da serra o grupo pode sentir a sensação de liberdade que é estar naquele lugar, admirar a paisagem belíssima em volta e ainda desfrutar de um piquenique repleto de comidas típicas nordestinas e frutas levadas pelo grupo, acompanhado de uma conversa muito agradável e com um toque de magia que o ambiente oferece.  A manhã foi muito agradável, tanto que o retorno só se deu às 10h00min. 

Aproveitaram bastante a trilha e com as palavras de Rita de Cássia, “foi uma manhã muito prazerosa para todos que subiram. Prestigiamos um pouco de nossas riquezas, sentimos na pele a sensação de liberdade e vivemos horas de aventura, conhecimento, diversão, união e de valorização a nossa cultura e natureza! Foi maravilhoso e gratificante!

SERRA NEGRA DO NORTE: RELEMBRANDO SUA HISTÓRIA

Serra Negra do Norte nasceu de uma fazenda de gado, no século VXIII. Aportou nesse lugar, em 1728, o capitão Mor Manoel Pereira Monteiro, sua família e seus agregados e ali se estabeleceu com uma fazenda de criar da ribeira do rio Espinharas.

Os Pereira Monteiro, ao chegarem à ribeira do Espinharas, o local era conhecido, simplesmente, por “Os Currais dos Espinharas”, o primeiro nome do local onde implantou a fazenda. Treze anos mais tarde, quando Manoel Pereira Monteiro requereu sobras de terra ao redor de sua fazenda (1741), a chamou de “fazenda Serra Negra”. Possível possibilidade que motivou o nome foi o aspecto sombrio da mata fechada que envolvia a Serra Velha (nome atual: Serra Negra), vista à distância. Existe também a lenda da escrava de Manoel Pereira Monteiro, que teria ido ao pé da serra apanhar lenha e foi devorada por uma onça. Porém, a primeira informação é mais consistente.

A família Pereira Monteiro deu início a povoação desse lugar, mas o tempo avançou, os anos se sucederam e também as gerações foram sendo somadas a outras famílias incorporadas através de casamentos. Assim ocorreu com os Faria e Mariz.

A criação do Município deu-se com a Lei Municipal nº 688, de 03 de agosto de 1874. Mas teve sua sede administrativa transferida para São João do Sabugi, em 27 de maio de 1932, voltou à sua localização histórica no dia 13 de dezembro de 1935, adquirindo foros de cidade em 29 de março de 1938, pelo Decreto nº 457.

O município localiza-se na Mesorregião Potiguar e na Microrregião Ocidental a uma distância de 323 km de Natal/RN. Limita-se ao norte com Jardim de Piranhas, ao sul com São João do Sabugi e o Estado da Paraíba, ao leste com Caicó e Timbaúba dos Batistas e ao oeste com o Estado da Paraíba. Está a uma altura de 167 metros acima do nível do mar, abrangendo uma área de 562,40 km2.

Possui clima semi-árido, com temperatura anual de 27,5 ºC e uma umidade relativa média anual de 59%. O período chuvoso vai de fevereiro a maio, com precipitação pluviométrica anual média de 734,6 mm, máxima de 1.652,3 mm e mínima de 129,8 mm.

Sua vegetação predominante é a caatinga, de caráter mais seco, com abundância de plantas de porte baixo e espalhadas. Entre outras espécies, destacam-se a jurema preta, o mufumbo, o faveleiro, o marmeleiro, o xique-xique e a oiticica.

Os solos predominantes são arenosos, argilosos, humíferos mistos, de cores preta, roxa, vermelha e amarela, ocupando 60% da área do município, a maioria nas margens do Rio Espinharas, com irrigações de feijão, melancia, tomate e milho.

De 100 a 200 metros de altitude, possui terrenos baixos, situados entre as partes altas do Planalto da Borborema e da Chapada do Apodi.

Serra Negra do Norte é um verdadeiro caldeirão cultural, com um potencial edificante, repleta de histórias para contar que vai desde a religião (roubo da Imagem de Nossa Senhora do Ó, devoção e apreço), política (local de nascimento de várias personalidades do meio político e acadêmico do Rio Grande do Norte, como o ex-senador Dinarte Mariz, o ex-governador Juvenal Lamartine) e outros fatos de seu povo que faz do lugar um ambiente magnífico para visitar e fazer uma viagem pela história. Por fazer parte do conjunto de cidades interioranas é favorável para o descanso e tem uma hospitalidade do povo serra-negrense que faz inveja a muitos, uma das várias qualidades que esse povo humilde e acolhedor tem a oferecer.

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