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segunda-feira, 1 de novembro de 2010

GEOTRILHAS/RN NA CHAPADA DIAMANTINA - 7º Dia

Grupo reunido na entrada da gruta do Lapão
O sétimo dia da nossa expedição na Chapada Diamantina aconteceu em baixo de chuva. Sairmos do centro histórico de Lençóis, já com algumas baixas no grupo devido ao grande desgaste da semana. Caminhamos com destino a Gruta do Lapão, distante cerca de 5 Km. No caminho passamos pela casa do integrante da banda Led Zeppelin, o guitarrista Jimmy Page, que anteriormente passava grandes temporadas em Lençóis, passando quase que despercebido pelos moradores e turistas, antes de ser reconhecido e perder todo o sossego que tinha anteriormente. Segundo ele em entrevista a um site ligado a música, afirmou que Não podia mais morar em Lençóis! “Não consigo andar na rua sem que as pessoas apontem para mim: “Olha, é o Jimmy Page!”. Outros chegam à cidade e vão direto para a minha casa, esperando que eu apareça. Não tenho mais o sossego que eu tanto procurava quando fui morar lá. Mas eu amo o Brasil.”
Seguimos adiante até a chuva apertar de vez, onde esperamos ela se acalmar em um canto bem inusitado. Em frente ao cemitério local de Lençóis. Enquanto o guia Aécio procurava alguma proteção contra a chuva para os nossos equipamentos eletrônicos, parte do grupo entrou no cemitério para observar os túmulos que representavam a imponência dos antigos coronéis dos diamantes. Um outro fato curioso encontrado no local, foi um verdadeiro despacho baiano que se encontrava por trás de um túmulo. Saímos de dentro do cemitério, e fomos conferir uma pequena capela a sua frente. No interior da igrejinha, pudemos observar várias pinturas retratadas na parede do templo, pintadas pelo artista plástico Stephan Doitschinoff, responsável por assinar a arte da capa do novo álbum da banda Sepultura.

Ao saímos da capela a chuva já havia dado uma trégua, e seguimos adiante serra do Lapão a cima, passando por áreas de nascente, até atingir a entrada da segunda maior gruta de quartzito do Brasil, com uma abertura de 60 metros altura, em que vários adeptos de rapel e bungee-jump. Em seu interior, além da formação de quartzito, havia a presença de minério de ferro, sendo essa combinação por quase todos os seus 1.000 metros de extensão. Para avançarmos caverna à dentro, foi necessária a utilização de lanternas e lampião, devido a grande escuridão em seu interior. O cuidado era bastante redobrado por causa das várias rochas soltas. Chegamos a uma área onde apagamos as lanternas e lampião, para escutarmos o silêncio da fria gruta. O silêncio era apenas quebrado pela gostas de água que caiam dos dez metros de altura do teto, e do rio Lapão que estava logo em nossa frente. Neste mesmo local, pudemos encontrar, na esperança de achar algum diamante, alguns cristais de quartzo, que a água trouxe na última noite. Enquanto isso, outra parte do grupo seguia em frente para encontrar o rio Lapão, que estava logo alguns metros à frente. As águas do rio estavam bastantes agitadas devido a chuva da noite anterior, fato que impossibilitava a nossa progressão até a outra saída da gruta. Mas a gruta do Lapão nos guardava uma surpresa. Enquanto discutíamos sobre as curiosidades da gruta, de repente uma tromba d’água nos pega de surpresa, fazendo com que o nível do rio Lençóis subisse de repente, fazendo com que evacuássemos imediatamente a gruta.

Chegamos a entrada da gruta Sãos e salvos, de onde seguimos de volta para a cidade, passando por uma antiga estrada abertas pelos escravos, na época da mineração.

Tobogã do Ribeirão
Ao chegarmos na cidade, fomos almoçar, e sem perder o pique, mas com mais algumas baixas, seguimos para o Ribeirão, passando pelo início da trilha que leva para a cachoeira do Sossego. Fizemos uma breve parada na barraca do Uisquinha – um ex-garimpeiro que tira seu sustento vendendo água de coco, frutas, refrigerantes e lembranças da Chapada. Entramos a esquerda, e logo nos deparamos com o rio, formando um imenso tobogã natural, mas que devido ao grande volume d’água do rio, ficou impossibilitado de pudermos escorrega com segurança. Mas de qualquer forma, o banho estava garantido no grande poço de água fria, com cerca de sete metros de profundidade, formado na frente da queda d’água.

Sairmos ao escurecer do rio, de onde partirmos numa trilha noturna de volta para cidade, onde ao chegarmos em frente a Explorer Brasil, nos despedirmos dos nossos guias, grandes amigos, Aércio e Ramiro, que nos acompanharam durante toda essa maravilhosa semana dentro da Chapada Diamantina.

Durante a noite, o grupo se dispersou pelo centro histórico de Lençóis, onde puderam degustar mais livremente a culinária baiana, enquanto outros num clima mais relaxado se organizaram num coquetel em frente ao mercado dos escravos.

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