Por:
Fernanda B. Mûller
Imagem: Instituto Carbono Brasil |
Por mais que as inovações
tecnológicas tenham conseguido quebrar barreiras nunca antes imaginadas, ainda
existem muitas dúvidas quando se coloca em questão o funcionamento dos fluxos
de elementos naturais entre o sistemas do Planeta Terra.
Uma das maiores fontes de incerteza
para as previsões futuras das condições climáticas é a resposta do ciclo global
do carbono às mudanças impostas à Terra pelas atividades humanas ou por seus
próprios processos.
Apesar de aproximadamente metade do
total das emissões de dióxido de carbono (CO2) atuais ser absorvida pela
conjunção de reservatórios na terra e no oceano, modelos prevêem um declínio
neste processo ao longo do tempo com a saturação destes reservatórios de
carbono.
Isto
poderia desencadear o chamado feedback positivo, onde os reservatórios de
carbono passam a liberá-lo novamente para a atmosfera. Para compreender e
tentar prevenir fenômenos como este, pesquisadores vem desenvolvendo pesquisas
profundas sobre os mecanismos envolvidos nos ciclos de vida na Terra.
Muitas pesquisas apontam para
direções opostas, algumas dizendo que as taxas de absorção de carbono pelos
sistemas terrestres e oceânicos têm permanecido constantes ou declinado e
outras questionando esta redução.
Em um novo estudo publicado na
revista Nature, considerando as avaliações anteriores, pesquisadores juntaram
mensurações atmosféricas de CO2, inventários de emissões e uma série de
incertezas para calcular as mudanças nas fontes e reservatórios globais de CO2
durante os últimos 50 anos.
"Nossas
análises mostram que a captura líquida global de carbono dobrou, de 2.4 ± 0.8 para 5.0 ± 0.9 bilhões de
toneladas por
ano entre 1960 e 2010. Portanto, é muito improvável que tanto os reservatórios
na terra quanto no oceano tenham declinado em escala global", afirmaram os
cientistas.
Eles
explicam que desde 1959 cerca de 350 bilhões de toneladas de carbono foram
emitidas pelos humanos, das quais calcula-se que 55% tenham passado da
atmosfera para os sistemas terrestres e oceânicos. O problema, ponderam,
continua sendo identificar os mecanismos e locais responsáveis pelo aumento na
absorção.
Na semana passada, em um artigo publicado
no periódico Nature Geoscience, cientistas revelaram alguns mistérios sobre como
o dióxido de carbono é absorvido no oceano austral, o maior sumidouro de
carbono dos oceanos, porém com processos extramente complexos envolvidos.
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