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segunda-feira, 11 de junho de 2012

DESMATAMENTO ZERO PARA FERRO GUSA



Dois dias após ter parado o porto de Itaqui, em São Luís, em protesto contra as ilegalidades do setor de ferro gusa, o Greenpeace apresentou uma lista de exigências para o consumo de carvão vegetal. Trata-se de um pacto de desmatamento zero na cadeia de produção da indústria. 

A lista de exigências inclui a total rejeição a carvão ilegal ou produzido com o uso de trabalho escravo e de matéria-prima vinda de florestas nativas e áreas protegidas. A proposta foi apresentada em reunião no palácio do governo do Maranhão. Representada pela Viena Siderúrgica e pelo Sifema – Sindicato das Indústrias de Ferro Gusa do Maranhão –, a indústria aidantou que não vê problema na lista, e terá até 15 de junho para assiná-lo.

“Um passo muito importante foi dado para que o passivo ambiental da indústria do gusa seja equacionado em benefício da população da Amazônia”, diz Paulo Adario, diretor da campana Amaônia do Greenpeace. “Vamos cobrar. Estamos cansados de blablablá. Queremos ação. 

O encontro foi mediado pelo vice-governador do Maranhão, Washington Luiz de Oliveira, e teve a presença de três secretarias estaduais – Meio Ambiente, Agricultura e Indústria e Comércio –, do Ministério Público Federal, Ministério Público Estadual do Maranhão, Ordem dos Advogados do Brasil e movimento Justiça nos Trilhos. A reunião foi marcada como condição para que ativistas suspendessem o bloqueio que faziam a um carregamento de ferro gusa no porto de Itaqui, no último sábado.

Uma investigação do Greenpeace divulgada no último dia 14 denunciou que algumas carvoarias que alimentam siderúrgicas do Pará e do Maranhão, na Amazônia, têm envolvimento com extração ilegal de madeira, trabalho análogo ao escravo e invasão de terras indígenas.

Em fins de março, o Greenpeace lançou uma campanha nacional pelo desmatamento zero, apoiada por movimentos sociais – como Via Campesina e sindicatos de trabalhadores rurais da Amazônia –, organizações indígenas e quilombolas, entidades ambientalistas e artistas. Quase 280 mil pessoas já assinaram por uma lei de iniciativa popular pelo fim do desmatamento. Quando 1,4 milhão de assinaturas forem recolhidas, o projeto será encaminhado ao Congresso. 

Fonte: Greenpeace

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