A escassez de água em certas
regiões do planeta afeta hoje em dia, bilhões de pessoas no mundo. Mas a
situação dos recursos hídricos fica ainda mais critica se considerarmos a
quantidade de água superficial e subterrânea que está contaminada por
consequência de ações humanas. A poluição da água é considerada a maior
causadora de mortes e doenças em todo o mundo: estima-se que cerca de 14.000
pessoas morrem diariamente em decorrência do consumo de água contaminada.
A poluição da água em rios,
represas, lagos, aquíferos e mares é um dos principais problemas ambientais do
último século, que se agravou por consequência do crescimento acelerado de
áreas urbanas, da agricultura e do número de habitantes do planeta. Entre os
principais fatores responsáveis pela contaminação da água estão: lançamento de
esgotos domésticos e efluentes industriais nos corpos hídricos, urbanização
desenfreada, atividades agrícolas e de mineração, poluentes presentes na
atmosfera carregados pela chuva, mudanças climáticas, entre outros fatores que
colocam em risco a existência de água para consumo na Terra.
Para se ter uma ideia da dimensão
do problema no Brasil, uma pesquisa recente realizada pelo Instituto de Química
(IQ) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) constatou que a água
potável distribuída nas torneiras de 16 capitais do país estava contaminada por
substâncias ainda não legisladas. Outro aspecto que chamou a atenção na
pesquisa foi a presença de cafeína em todas as amostras das cinco regiões do
país. Isso quer dizer que mesmo após o tratamento, nem toda a água distribuída
é segura e própria para consumo.
Além de prejudiciais a saúde,
alguns contaminantes prejudicam também a vida aquática, matando peixes e
plantas. É o caso do agrotóxico que hoje é considerado a segunda maior causa de
contaminação dos rios brasileiros, perdendo apenas para o esgoto doméstico,
ainda o maior problema. A presença de algas e cianobactérias que eliminam
toxinas prejudiciais à saúde também são outra característica de locais onde o
esgoto doméstico está presente.
Embora a disponibilidade de água no
Brasil seja imensa, é preciso garantir sua qualidade para as gerações futuras.
Por isso, ao detectar contaminantes nas reservas de água subterrânea e
superficial, é necessário tomar medidas para evitar o agravamento do problema.
Atualmente, já existem tecnologias que monitoram e mensuram a quantidade de
resíduos e os elementos químicos presentes nesses corpos d’água. É necessário
que se invista em tecnologia para que as gerações futuras possam desfrutar a
imensa quantidade de água disponível no território brasileiro com qualidade.
*Mauro Banderali é especialista
em instrumentação ambiental e hidrológica da empresa Ag Solve
Fonte: Ecodebate
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