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domingo, 10 de fevereiro de 2013

EXPEDIÇÃO GEOTRILHAS/RN NA ESTRADA REAL - 2º Dia (Catas Altas - Cocais/MG)



2º Dia

O segundo dia da Expedição Geotrilhas/RN na Estrada Real começou logo cedo. Quando o grupo acordou, uma bela imagem era projetada no jardim da pousada Catas Gerais. Os primeiros raios solares davam uma luminosidade bastante interessante a serra da Caraça ao fundo. Ao passo de que um apito de trem atrapalhava o canto dos pássaros. Era uma enorme composição férrea da Vale, que vinha do Espírito Santo com os vagões que haviam levado o minério de ferro para embarque no porto de Tubarão. O barulho que vinha da cozinha já denunciava que o Seu Romero já estava com a mão na massa, preparando o nosso café da manhã. E logo este foi servido. Não parava de sair da cozinha broas de milho, bolos de iogurte e milho, pão de queijo, o típico queijo de minas e a especialidade da casa: A geleia de jabuticaba. 

Após o café, era hora de arrumar a bagagem e cair novamente na Estrada Real. Realizamos um divertido aquecimento no jardim da pousada, com a participação de Seu Romero e antes de partir, nos despedimos do casal amigo. Seguimos pelas ruas de Catas Altas, admirando a beleza arquitônica do lugar, que possui inúmeros casarões da época colonial. O largo da Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição, possuía um antigo pelourinho, onde os escravos eram castigados. Hoje não mais jorra sangue deste pelourinho, mas sim, uma água bem gelada vinda das nascentes da serra da Caraça, que ajuda a refrescar os frequentadores da praça. No interior da igreja estava acontecendo a celebração dominical, oportunidade que alguns geotrilheiros fizeram suas orações e aproveitaram para admirar a arte talhada em madeira que compunha o interior da igreja. 

Seguimos pelos marcos da Estrada Real pelas estreitas estradas carroçais com destino a Bicame de Pedras. Uma construção datada de 1792 feita de quartzito da formação Moeda, que possuía como finalidade levar água do córrego Quebra-Ossos, com suas nascentes na serra do Caraça, às fazendas e minerações existentes na região. Mas para chegar até, haviam 8 Km para serem percorridos. Uma ligeira garoa caiu para refrescar a nossa caminhada. Durante o percurso, encontramos vários sinais da presença da Vale. A primeira foi um grande minerioduto que esta sendo construído para levar minério de ferro para Vitória/ES. A outra foi o grande trem que passou ao nosso lado, com seus mais de 200 vagões que foram contáveis. Várias fazendas faziam parte do cenário que nos circundava, com alguns braços de mata ainda virgem. O gado também foi uma companhia constante em nossa caminhada, assim como alguns ciclistas vinham descendo de Diamantina. Finalmente chegamos a Bicame de Pedras, onde nos surpreendeu o tamanho do paredão, mesmo com seus atuais 150 metros. O guia Merlin contou que a construção chegou a ter 18 Km de extensão. No interior do Bicame, havia um mirante construído por um Jeep Club de Minas. Um ponto de encontro daqueles que desbravam a Estrada Real nos seus 4 X 4. 

Seguimos adiante por uma estrada rodeada por uma área reflorestada por pés de eucalipto, que seriam destinados a alimentarem os altos fornos das siderúrgicas mineiras. Devido ao intenso movimento de carros pesados da mineração pela estrada, o grupo foi conduzido pela van até Barão de Cocais. Conhecida nacionalmente como "Portal do Caraça", fundada no início do século XVIII. A cidade apresenta ricas construções arquitetônicas com estilo do período colonial. E aproveitando isso, procuramos um restaurante que tivesse uma comida que reportasse este tempo. Encontramos o restaurante Rancho do Quinto, onde apresentou um cardápio bastante variado da comida mineira. Terminado o almoço, seguimos para o pior trecho que iríamos encontrar durante todo o Caminho dos Diamantes. 

Tínhamos 12 km com várias subidas íngremes até chegar em Cocais. Iniciamos a subida em meio a uma mata virgem com o som da cachoeira de Cocais ao fundo e uma enorme ponte com mais de 200 metros de altura por onde o trem da Vale passava. Logo em seguida, a mata virgem se transformou em uma grande floresta de eucaliptos plantados. Merlin, que havia seguido a frente com a van, logo foi avistado com o carro parado, por não dispor de tração suficiente para vencer a serra. Neste momento, havia uma difícil decisão a ser tomada. Abortar o trecho ou o carro de apoio fazer a volta para nos encontrar em Cocais. Mesmo sem conhecer o que viria adiante, e uma subida bastante desgastante, abastecemos ao máximo de água os nossos cantis e pegamos algumas frutas para vencer o desafio. Merlim retornou e nos seguimos em frente. A etapa foi bastante desgastada pelo castigo que o revelo nos havia presenteado. Além de alguns motoqueiros que rasgavam as trilhas com suas motos envenenadas. Orientado pelos marcos, chegamos ao topo da serra da Conceição, quando iniciou a descida por áreas rurais. 

Após duas horas e meia de caminhada, encontramos Merlin que vinha a nossa procura. Retomamos o caminho, até a entrada do Sítio Arqueológico da Pedra Pintada. Neste momento, o grupo se dividiu, sendo que uma parte seguiu direto para a Vila Colonial de Cocais, enquanto a outra parte foi visitar o sítio. Chegando ao sítio, fomos recepcionados pelos administradores que nos levaram para conhecer as pinturas rupestres. No sítio, estão registrados quatro estilos de grafismos feitos com pigmentos minerais, que podem explicar a cronologia da pintura do paredão. A riqueza nos detalhes é que nos chamava bastante a atenção. Além das figuras rupestres, o sítio arqueológico, que esta em terras particulares, é dotado de uma visão bastante privilegiada onde se pode ser do alto da serra, uma paisagem estonteante da cadeia da serra da Conceição. 

Depois de assinar o livro de visitas e tomar uma taça de licor de framboesa, retornamos a rota com destino a Vila Colonial de Cocais. Fundada no dia 26 de julho de 1703 pelos bandeirantes Antônio e João Furtado Leite, irmãos portugueses que erigiram uma tosca capela sob a invocação de Santana. Em 1769 era construída uma igreja definitiva, a atual, que possui talha dourada no estilo oriental. Em 1835, quando o Barão de Cocais foi governador de Minas Gerais (presidente da província) realizou melhoramentos na vila de Cocais, como urbanização e calçamento, além da reforma da capela de Santana, como pintura, ampliação e douramento dos altares. Em 1855, por iniciativa do alferes Antônio da Silva Sampaio, foi inaugurada a matriz do Rosário. Ambas igrejas são tombadas pelo IPHAN. .Caminhando mais 45 minutos, avistamos a vila, e, infelizmente ao fundo, a ação devastadora da mineração em um belo paredão de rochas. Entramos na vila composta de casas coloniais e casas modernas, até chegarmos na Pousada das Cores. Local do descanso do dia. Ao chegarmos, fomos recepcionados pelo Sr. Everton de Paula, proprietário da pousada e um misto de jornalista e químico. A pousada oferece vários ambientes, como auditório, restaurante, espaço para ioga e piscina, que por sinal, caiu muito bem depois da longa jornada do dia. 

Na hora do jantar, outra coisa chamou a atenção do grupo. Seu Everton produzir vários tipos de cachaças, licores, vinagres, azeites e todo o tipo de produto natural na pousada. Ele ofereceu um degustação ao grupo que logo prestigiou. Durante o jantar, vários pratos foram servidos, além das típicas sobremesas mineiras e alguns sorvetes fabricado por Seu Everton. Após a fartura culinária, o grupo se recolheu dando por encerrado as atividades do segundo dia.  


Raio-X


Nível de Dificuldade – Alta

Localização da Trilha – Regular

Disponibilidade de Socorro Médico – Regular

Apoio Logístico – Bom


Recomendações necessárias para trilhar



- Usar roupas leves, confortáveis e fechadas;

- Utilizar bastante protetor solar;

- Levar cantil com bastante água;

- Utilizar chapéu ou boné para se proteger do sol;

- Não escrever, desenhar ou danificar as árvores;

- Guadar seu lixo e obedecer às instruções do condutor.



Onde Comer 



Restaurante Rancho do Quinto

Fone: (31) 3837-3119



Onde Ficar



Pousada das Cores

Fone: (31) 3837-9186 / 9955-4790 



Contatos para realização de trilha



Magrelas’s

Fone: (31) 8422-4425



Primotur

Fone: (31) 3213-9839



Trilhando Minas

Fone: (31) 9811-2855

Realização 

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