Flávia Albuquerque
Repórter da Agência Brasil
Repórter da Agência Brasil
A quantidade de resíduos sólidos
gerados no Brasil em 2011 totalizou 61,9 milhões de toneladas, 1,8% a mais do
que no ano anterior, de acordo dados do Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil
2011, lançado hoje (8), pela Associação Brasileira das Empresas de Limpeza
Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), durante a 11ª Conferência de Produção
Mais Limpa e Mudanças Climáticas da Cidade de São Paulo. Do total coletado, 42%
do lixo acabam em local inadequado.
Segundo o diretor executivo da
Abrelpe, Carlos Silva Filho, o crescimento de resíduos sólidos no período de
2010 para 2011 foi duas vezes maior do que o crescimento da população, que
cresceu 0,9% no período. “Se continuarmos nessa curva ascendente de crescimento
ano após ano e não conseguirmos, de alguma forma, adotar ações adequadas para
conter essa geração, certamente, em médio prazo, nossos sistemas de gestão de
resíduos entrarão em colapso”.
O estudo mostra ainda que, em 2011,
foram coletados 55,5 milhões de toneladas de resíduos sólidos, o que resulta em
uma cobertura de 90%. “Cerca de 10% de tudo o que é gerado acabam em terrenos
baldios, córregos, lagos e praças. Nós vemos que esse problema é recorrente em
praticamente todas as cidades do país”, disse Silva Filho. Da quantidade
coletada, o Sudeste responde por 53% e o Nordeste por 22%. “Nessas duas regiões
estão concentrados 75% de todo o lixo do território nacional”.
Segundo o Panorama, 42% dos
resíduos sólidos foram destinados em locais inadequados como lixões e aterros
controlados. Filho ressaltou que a Abrelpe considera a segunda opção inadequada
porque, do ponto de vista ambiental, têm o mesmo impacto negativo que os
lixões. “O aterro controlado não protege o meio ambiente como um aterro
sanitário”.
De acordo com a publicação, a
quantidade de lixo levado para aterros sanitários pode ter sido maior em
porcentagem, mas ao analisar a quantidade nota-se que em 2011 a situação
piorou. “Em 2010 o volume de destinação inadequada foi 22,9 milhões de toneladas
contra 23,2 milhões de toneladas em 2011”, disse.
O Panorama indica ainda que dos
5.565 municípios brasileiros, 58,6% do total, afirmaram ter iniciativas de
coleta seletiva, o que significa um aumento de 1% em comparação ao ano
anterior. Com relação à coleta de lixo hospitalar, os municípios coletaram e
destinaram 237,6 mil toneladas de resíduos de saúde, das quais 40% têm destino
inadequado. “Dessa porcentagem temos 12% indo para lixão, sendo depositados
sobre o solo sem tratamento prévio, não só contaminando o meio ambiente mas
trazendo um risco muito grave para as pessoas que tiram seu sustento desses
lixões”.
Para Silva Filho, o cenário
revelado pelo Panorama precisa ser modificado até agosto de 2014, quando acaba
o prazo para o cumprimento das metas da Lei Nacional de Resíduos Sólidos. Na
avaliação do diretor executivo, as empresas do setor estão preparadas para
enfrentar o desafio, pois têm tecnologia, conhecimento técnico e mão de obra.
“Precisamos de vontade política e do recurso necessário para tanto. Sem isso
não teremos a possibilidade de atender o que determina a lei nacional”, disse.
Fonte: http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2012-05-08/42-dos-residuos-solidos-coletados-no-pais-vao-para-locais-inadequados-indica-estudo
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