Às vésperas da
Rio+20, Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável, novos
números do Censo 2010 mostram a carência de áreas
verdes nas zonas urbanas do país e um índice elevado de domicílios com péssimas
condições de esgotamento sanitário. Os números, divulgados nesta sexta-feira,
revelam ainda altas taxas de iluminação pública e pavimentação.
Pela primeira
vez, o Censo investigou as características do entorno dos domicílios, como
iluminação pública, pavimentação, calçadas, meio-fio (guia), placas de identificação
de ruas, praças e outros logradouros, rampa para cadeirantes, bueiros para
escoamento de água de chuva, arborização, esgoto a céu aberto e lixo acumulado.
Foram analisados
apenas os entornos de domicílios urbanos que estão localizados em quadras ou quarteirões.
Com isso, parte das moradias de favelas ficaram fora da pesquisa. A pesquisa
foi realizada em 96,9% dos domicílios particulares urbanos do país
Um terço dos
domicílios em áreas urbanas não têm uma árvore sequer em seu entorno. São 14,9
milhões de moradias (32% do total pesquisado) onde vivem 50,5 milhões de
pessoas (33%). A Região Norte é a mais carente em áreas verdes. O índice de
domicílios urbanos sem árvores no entorno chega a 63,3%. A melhor cobertura
verde está nas áreas urbanas do Sudeste, onde apenas 26,5% das residências não
têm árvores por perto. O levantamento leva em conta apenas as árvores
existentes no entorno dos domicílios e não considera as que ficam, por exemplo,
em jardins internos.
A falta de área
verde é muito mais acentuada nos domicílios pobres. Nas moradias com renda per
capita mensal de até um quarto do salário mínimo, 43,2% não têm árvores no
entorno. O índice cai quase à metade, para 21,5%, nos domicílios de renda de
mais de dois salários mínimos por pessoa.
A melhor taxa de
arborização está nos pequenos municípios de até 20 mil habitantes, onde 29,4%
dos domicílios não têm árvores plantados ao redor. O pior desempenho é das
cidades médias com população de 100 mil a 200 mil habitantes: 34,6% das
residências não têm árvores no entorno.
Cidade anfitriã
da conferência da ONU, o Rio de Janeiro está em nono lugar em índice de
arborização, entre as 15 cidades com mais de 1 milhão de habitantes. Entre os
domicílios urbanos cariocas, 72,2% têm árvores no entorno. O melhor índice entre
as grandes cidades é de Goiânia, com 89,5% de domicílios com árvores em volta.
São Paulo está em sexto lugar, com 75,4% de residências em áreas arborizadas.
Em plena
Floresta Amazônica, Manaus é a segunda grande cidade com pior índice de
arborização do país. Apenas um em cada quatro domicílios (25,1%) de Manaus tem
pelo menos uma árvore plantada em seu entorno, mostra levantamento do IBGE
feito nos municípios brasileiros com mais de 1 milhão de habitantes. A capital
do Amazonas perde apenas para Belém, onde somente 22,4% das moradias têm
árvores por perto.
Fonte:EXAME ABRIL
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