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sexta-feira, 4 de maio de 2012

AQUECIMENTO GLOBAL ACELERA CICLO HIDROLÓGICO, DIZ ESTUDO


Um estudo australiano sobre a salinidade dos oceanos nos últimos 50 anos apontou uma "marca" que atesta que as mudanças climáticas têm acelerado o ciclo hidrológico, anunciou nesta sexta-feira um dos cientistas envolvidos na pesquisa. O estudo, publicado na revista Science e realizado por pesquisadores australianos e americanos, analisou dados oceânicos de 1950 a 2000 e descobriu que os níveis de salinidade nos mares do mundo têm mudado com o passar do tempo. 

A co-autora da pesquisa, Susan Wijffels, afirmou que os números são reveladores porque a salinidade era indicativa de mudanças no ciclo de chuva e evaporação. "O que os resultados estão dizendo é que nós temos uma marca oceânica, uma marca muito clara de que o ciclo hidrológico da Terra já está mudando", afirmou. 

"O que vimos nas observações de como o campo de salinidade já mudou ao longo de 50 anos é que nosso ciclo hidrológico se intensificou significativamente", acrescentou. 

Wijffels afirmou que o padrão se intensificou com o passar do tempo e que é possível deduzir que a mesma dinâmica também esteja ocorrendo em terra. "O que isto realmente quer dizer é que a atmosfera pode realmente transportar mais água das áreas que estão secando para as áreas que têm grande ocorrência de chuvas mais rapidamente", acrescentou. "E isto significa, essencialmente, que as áreas úmidas ficarão mais úmidas e que as áreas secas ficarão mais secas", emendou. 

Wijffels explicou que ter uma ideia clara do que ocorreu historicamente com as chuvas foi frustrante porque havia poucos dados de qualidade disponíveis e a maior parte deles foi coletada em terra, particularmente no hemisfério norte. "No entanto, a maior parte da superfície terrestre é de oceanos e a maior parte da evaporação que move nosso ciclo hidrológico acontece no oceano", afirmou Wijffels, o que faz dos oceanos um objeto meritório de estudo sobre as mudanças climáticas. 

Cientistas do CSIRO, entidade de pesquisa e ciência do governo australiano, e do Laboratório Nacional Lawrence Livermore, na Califórnia, usaram dados de embarcações nos oceanos do mundo e modelos climáticos para produzir seu relatório. 

Segundo Wijffels, eles revelaram um padrão repetitivo de mudança, que se acredita ser resultante das mudanças climáticas. "E nós vemos isto no Atlântico norte, no Atlântico sul, no Pacífico sul, no (oceano) Índico; tem se repetido em cada bacia oceânica de forma independente", disse.

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